Painel: Agricultura
Coordenador: Manuel Bazenga Marques
Conclusões:
“Na Secção de Agricultura foram abordados temas da maior relevância tendo em conta as especificidades regionais e a necessidade da adopção de medidas que tenham por objectivo a aplicação do novo plano de desenvolvimento rural e pela importância do valor acrescentado da agricultura, porque com ela teremos de estar no futuro que pretendemos.
Futuro que começou ontem, recomeça hoje, pelo que o amanhã poderá incidir numa boa parte do saber e desafios que ela proporciona.
As intervenções no painel da “AGRICULTURA”, enriquecidas com a participação activa dos mais diversos assistentes, proporcionaram conclusões que, de forma sucinta, se apresentam:
Considera-se que devem ser continuadas as acções que visem a humanização do sector, tirando partido de ajudas e apoios comunitários, designadamente a nível de acessibilidades (caminhos rurais e sua articulação com a rede viária), introdução de sistemas de movimentação das populações e das pessoas (monocarris, elevadores e teleféricos), electrificação de propriedades rurais, melhoria do sistema de rega tradicional e motivação para novos métodos que proporcionem melhor aproveitamento da água disponível (gota a gota e aspersão);
É essencial manter o apoio à formação específica dos jovens agricultores, orientada para a introdução das técnicas de gestão empresarial e de uma mais aberta mentalidade, face às possibilidades produtivas e direccionada para as novas tendências e exigências do mercado, preferencialmente apoiados em organizações de produtores.
Considerando a importância da diversidade e do grau de conservação do espaço rural como preocupações e apelos crescentes da sociedade em matéria de preservação de recursos naturais, defesa do ambiente, equilíbrio ecológico e social e o atributo da oferta turística, a produção agro-pecuária deverá ser orientada para corresponder a novas exigências de um segmento de procura (interno e turístico), que valorize produtos saudáveis e um património natural e paisagístico rico e diversificado;
Deve ser incentivada a utilização das terras agrícolas abandonadas, onde tal se revele necessário por motivos ecológicos, de riscos naturais ou de incêndio, contribuindo, simultaneamente, para a fixação das respectivas populações;
Dada a existência de infra-estruturas vocacionadas para o apoio da horticultura, da floricultura e da fruticultura, sectores com reconhecidas potencialidades, deverão continuar a ser motivados os agricultores para os apoios dos centros experimentais e laboratórios, já em funcionamento, beneficiando, dessa forma, das práticas culturais adequadas e de variedades seleccionadas;
Visando o aproveitamento que as novas tecnologias proporcionam, deverá ser cada vez mais utilizado o sistema de informação e divulgação, através da Intranet e Internet, que inclua os dados recolhidos, sistematizados e tratados no âmbito dos apoios disponíveis, com referência às características e objectivos dos projectos, criando um “balcão verde” integrando todos os departamentos e serviços para apoio aos respectivos utentes e com acesso em qualquer ponto da Região;
Deverá ser feita maior utilização de elementos cartográficos (parcelário, fotografia aérea ...) que permitam territorializar a aplicação de programas comunitários ou outros, com modulação face aos problemas resultantes das características das explorações agrícolas madeirenses e portosantenses;
Torna-se necessário cumprir todos os objectivos que se inscrevem no âmbito do Plano de Desenvolvimento Rural/Madeira (2000 -2006), o qual representa um salto qualitativo relativamente ao anterior e acentua o perfil de orientação “preservação da paisagem humanizada e das características tradicionais de gestão e manutenção das explorações agrícolas”;
Deverá ser incentivada a agricultura biológica, compatibilizando as actividades agrícolas e pecuárias com a preservação do ambiente, contribuindo, pela diversidade das culturas, para maior rendimento das explorações agrícolas;
Porque os mercados de origem permitem um mais fácil acesso dos agricultores a meios de colocação dos respectivos produtos, devidamente seleccionados e certificados, numa perspectiva de valorização das produções regionais, deverão ser desenvolvidas acções de sensibilização para o seu integral aproveitamento;
É imperioso que se continue a defender perante a União Europeia a colocação das produções regionais, nas quais se inclui a banana, relevando que a manutenção do espaço rural, e em particular a qualidade da paisagem, não é um subproduto gratuito da actividade agrícola, mas sim um tipo de produção que deve ser remunerada tendo em conta as preocupações sociais, económicas e ambientais;
Perante o reconhecimento da importância para o mundo rural da existência de iniciativas de carácter recreativo, cultural, desportivo e também de formação no âmbito das Casas do Povo, deverá ser reforçado o apoio àquelas instituições de emanação popular;
Para além da reconhecida importância dos “Jardins Botânicos” como zonas de lazer e de manutenção de espécies, devem continuar as acções de interligação, sobretudo científicas, com outros jardins botânicos e com instituições universitárias;
Importa continuar a desenvolver iniciativas que preservem as reservas naturais já reconhecidas, com definições sobre a sua utilização e benefício para as populações e o acompanhamento do processo conducente ao reconhecimento das “Levadas da Madeira” como património cultural mundial;
Na sequência da reestruturação do sector vitivinícola, continuar a salvaguardar a qualidade do “Vinho Madeira”, através do controle da respectiva produção, passando pela certificação e denominação de origem, para além da sua adequada promoção, tanto interna como externamente;
Dada a reconhecida importância da pecuária na economia regional, torna-se indispensável: disponibilizar aos agricultores raças devidamente seleccionadas e testadas de gado bovino e ovino; continuar a política de inseminação artificial; dinamizar os centros de reprodução cavalar e de ovinicultura; desenvolver os sectores da avicultura e da suinicultura por forma a corresponder às necessidades do mercado local.
Em síntese, pode afirmar-se, com segurança, que a agricultura madeirense e as suas envolventes são indispensáveis ao harmonioso desenvolvimento sócio-económico da Região. Como tal, deve ser apoiada, não numa perspectiva meramente economicista, mas sobretudo como factor de fixação das populações rurais com garantia de condições de vida condigna, mantendo as características da nossa Região no que respeita à paisagem e ambiente. E, simultaneamente, olhando com consideração e respeito para os que são os pilares do sector, ou seja, os agricultores".
Coordenador: Manuel Bazenga Marques
Conclusões:
“Na Secção de Agricultura foram abordados temas da maior relevância tendo em conta as especificidades regionais e a necessidade da adopção de medidas que tenham por objectivo a aplicação do novo plano de desenvolvimento rural e pela importância do valor acrescentado da agricultura, porque com ela teremos de estar no futuro que pretendemos.
Futuro que começou ontem, recomeça hoje, pelo que o amanhã poderá incidir numa boa parte do saber e desafios que ela proporciona.
As intervenções no painel da “AGRICULTURA”, enriquecidas com a participação activa dos mais diversos assistentes, proporcionaram conclusões que, de forma sucinta, se apresentam:
Considera-se que devem ser continuadas as acções que visem a humanização do sector, tirando partido de ajudas e apoios comunitários, designadamente a nível de acessibilidades (caminhos rurais e sua articulação com a rede viária), introdução de sistemas de movimentação das populações e das pessoas (monocarris, elevadores e teleféricos), electrificação de propriedades rurais, melhoria do sistema de rega tradicional e motivação para novos métodos que proporcionem melhor aproveitamento da água disponível (gota a gota e aspersão);
É essencial manter o apoio à formação específica dos jovens agricultores, orientada para a introdução das técnicas de gestão empresarial e de uma mais aberta mentalidade, face às possibilidades produtivas e direccionada para as novas tendências e exigências do mercado, preferencialmente apoiados em organizações de produtores.
Considerando a importância da diversidade e do grau de conservação do espaço rural como preocupações e apelos crescentes da sociedade em matéria de preservação de recursos naturais, defesa do ambiente, equilíbrio ecológico e social e o atributo da oferta turística, a produção agro-pecuária deverá ser orientada para corresponder a novas exigências de um segmento de procura (interno e turístico), que valorize produtos saudáveis e um património natural e paisagístico rico e diversificado;
Deve ser incentivada a utilização das terras agrícolas abandonadas, onde tal se revele necessário por motivos ecológicos, de riscos naturais ou de incêndio, contribuindo, simultaneamente, para a fixação das respectivas populações;
Dada a existência de infra-estruturas vocacionadas para o apoio da horticultura, da floricultura e da fruticultura, sectores com reconhecidas potencialidades, deverão continuar a ser motivados os agricultores para os apoios dos centros experimentais e laboratórios, já em funcionamento, beneficiando, dessa forma, das práticas culturais adequadas e de variedades seleccionadas;
Visando o aproveitamento que as novas tecnologias proporcionam, deverá ser cada vez mais utilizado o sistema de informação e divulgação, através da Intranet e Internet, que inclua os dados recolhidos, sistematizados e tratados no âmbito dos apoios disponíveis, com referência às características e objectivos dos projectos, criando um “balcão verde” integrando todos os departamentos e serviços para apoio aos respectivos utentes e com acesso em qualquer ponto da Região;
Deverá ser feita maior utilização de elementos cartográficos (parcelário, fotografia aérea ...) que permitam territorializar a aplicação de programas comunitários ou outros, com modulação face aos problemas resultantes das características das explorações agrícolas madeirenses e portosantenses;
Torna-se necessário cumprir todos os objectivos que se inscrevem no âmbito do Plano de Desenvolvimento Rural/Madeira (2000 -2006), o qual representa um salto qualitativo relativamente ao anterior e acentua o perfil de orientação “preservação da paisagem humanizada e das características tradicionais de gestão e manutenção das explorações agrícolas”;
Deverá ser incentivada a agricultura biológica, compatibilizando as actividades agrícolas e pecuárias com a preservação do ambiente, contribuindo, pela diversidade das culturas, para maior rendimento das explorações agrícolas;
Porque os mercados de origem permitem um mais fácil acesso dos agricultores a meios de colocação dos respectivos produtos, devidamente seleccionados e certificados, numa perspectiva de valorização das produções regionais, deverão ser desenvolvidas acções de sensibilização para o seu integral aproveitamento;
É imperioso que se continue a defender perante a União Europeia a colocação das produções regionais, nas quais se inclui a banana, relevando que a manutenção do espaço rural, e em particular a qualidade da paisagem, não é um subproduto gratuito da actividade agrícola, mas sim um tipo de produção que deve ser remunerada tendo em conta as preocupações sociais, económicas e ambientais;
Perante o reconhecimento da importância para o mundo rural da existência de iniciativas de carácter recreativo, cultural, desportivo e também de formação no âmbito das Casas do Povo, deverá ser reforçado o apoio àquelas instituições de emanação popular;
Para além da reconhecida importância dos “Jardins Botânicos” como zonas de lazer e de manutenção de espécies, devem continuar as acções de interligação, sobretudo científicas, com outros jardins botânicos e com instituições universitárias;
Importa continuar a desenvolver iniciativas que preservem as reservas naturais já reconhecidas, com definições sobre a sua utilização e benefício para as populações e o acompanhamento do processo conducente ao reconhecimento das “Levadas da Madeira” como património cultural mundial;
Na sequência da reestruturação do sector vitivinícola, continuar a salvaguardar a qualidade do “Vinho Madeira”, através do controle da respectiva produção, passando pela certificação e denominação de origem, para além da sua adequada promoção, tanto interna como externamente;
Dada a reconhecida importância da pecuária na economia regional, torna-se indispensável: disponibilizar aos agricultores raças devidamente seleccionadas e testadas de gado bovino e ovino; continuar a política de inseminação artificial; dinamizar os centros de reprodução cavalar e de ovinicultura; desenvolver os sectores da avicultura e da suinicultura por forma a corresponder às necessidades do mercado local.
Em síntese, pode afirmar-se, com segurança, que a agricultura madeirense e as suas envolventes são indispensáveis ao harmonioso desenvolvimento sócio-económico da Região. Como tal, deve ser apoiada, não numa perspectiva meramente economicista, mas sobretudo como factor de fixação das populações rurais com garantia de condições de vida condigna, mantendo as características da nossa Região no que respeita à paisagem e ambiente. E, simultaneamente, olhando com consideração e respeito para os que são os pilares do sector, ou seja, os agricultores".
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