Li no Jornal I um texto da jornalista Mariana de Araújo Barbosa, segundo a qual "Cameron enfrenta mais um abanão no seu gabinete. Em 2007, o então director do semanário de escândalos "News of the World" e actual responsável pela assessoria de imprensa do primeiro-ministro britânico, Andy Coulson, demitiu-se. Na altura estalara a acusação de que o tablóide recorreria a escutas telefónicas, numa "prática comum" do jornal, segundo um dos jornalistas que trabalhavam com o director e pela qual o repórter Clive Goodman e um detective privado, Andy Mulcaire, que trabalhava para o jornal, foram condenados em tribunal a vários meses de prisão em 2007. Na investigação publicada pelo "The New York Times", Sean Hoare diz que Coulson tinha conhecimento das escutas telefónicas, que autorizava. "Até o gato da redacção sabia", diz um jornalista na reportagem. Apesar das acusações, a polícia não teria provas das declarações de Sean Hoare antes de o antigo repórter ter falado ao jornal americano. A polícia diz agora que foram encontradas novas provas e que estas devem ser tidas em conta pelos responsáveis. A ministra da Administração Interna, Theresa May, afirmou ontem que não cabe ao governo decidir se se deverá reabrir o processo, mas defendeu a investigação da polícia. May disse que o processo foi revisto pela procuradoria-geral britânica e pelo governo anterior e que "todos concluíram que a investigação era apropriada e correcta". Theresa May acrescentou que "a polícia metropolitana tem registos e, se há provas claras, vão ser consideradas. Essa é a ordem correcta das coisas". Yates, da polícia metropolitana britânica, já adiantou que as autoridades estão a estudar as novas acusações.Não redondo
Apesar de negar todas as acusações que surgiram da investigação do jornal norte-americano, Andy Coulson já se disponibilizou para fazer declarações. O que está em causa são acusações sobre a relação privilegiada entre a Polícia Metropolitana e o jornal, devido à qual os responsáveis da polícia teriam ignorado boa parte das provas. Várias pessoas que a polícia avisou terem sido escutadas pelo jornalista conseguiram grandes indemnizações do jornal. Uma delas foi Graham Taylor, presidente do Sindicato de Jogadores de Futebol, que terá recebido 700 mil libras para se calar. Mas a polícia teria conhecimento de muitos mais nomes e não informou essas pessoas. O jornal "The Guardian" também tem publicado extensa documentação sobre o assunto e acusa a polícia de ter limitado as buscas que fez no jornal à secretária de Clive Goodman, quando o podia ter feito a outros jornalistas. Estas "artes negras", como são conhecidas no meio jornalístico, estendiam-se a outros tablóides".
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