quinta-feira, setembro 23, 2010

Governo admite que vai tomar medidas adicionais para reduzir défice ainda este ano

Li no site da SIC que "o Governo tomará todas as medidas extra necessárias para alcançar a meta de um défice público de 7,3% do PIB em 2010, até porque há alguns riscos na efectivação de algumas medidas de austeridade tomadas, disse esta quinta-feira o ministro das Finanças, Fernando Teixeira dos Santos, ao intervir na Assembleia da República durante o debate de urgência agendado pelo PSD sobre execução orçamental. Teixeira dos Santos frisou que tem de haver "uma visão realista do desafio orçamental", que obriga a um "grande esforço de corte na despesa, mas não é possivel atingir o objectivo orçamental - de 4,6% do PIB em 2011 - sem melhoria receita". Esta posição foi tomada em resposta ao Partido Social Democrata (PSD) que apenas viabilizará o Orçamento de Estado de 2011 se não houver novos aumentos de impostos.
O défice e as receitas
"Vamos cumprir o objectivo de 7,3 % do défice. Estamos a progredir, tem dificuldades, mas não é caminho fácil. Estamos a progredir e as medidas que nós acordamos estão a surtir efeito. Mas, chegarão? Essa, sim, é uma questão que nos temos de colocar", referiu Teixeira dos Santos. Acerca de o Governo não estar a conseguir arrecadar algumas das receitas previstas, nomeadamente da introdução de portagens, o ministro disse que há riscos, acrescentando: "Temos de estar dispostos a adoptar medidas necessárias para o fim do ano atingir os 7,3% (de défice)". "Estes factoes de risco devem merecer da nossa parte a nossa atenção. Nós tomaremos as medidas necessárias para neutralizar os efeitos desses riscos", referiu.
Anúncio de medidas em "devido tempo"
Relativamente às "medidas que forem necessárias" para não falhar o objectivo da redução do défice – o ministro disse que serão anunciadas em "devido tempo". Instado pelos partidos da oposição a clarificar que medidas pensa tomar, Teixeira dos Santos respondeu que "tomará as medidas que forem indispensáveis", sem antecipar quais. "O país tem que cumprir, o país não pode falhar e tudo faremos para que não falhe no cumprimento desse objectivo orçamental e tomaremos as medidas, e anunciá-las-emos em devido tempo, que forem necessárias para assegurar isso", disse. Teixeira dos Santos frisou que "existem factores de risco" e que "o facto de a despesa estar sob controlo não permite" esperar passivamente pelos resultados.
PSD quer criar uma "crise política"
Concretizando uma ideia que já tinha lançado no início do debate, o ministro manifestou-se convicto de que o PSD quer "criar uma crise política" e que "está disposto a criar uma crise política em torno do Orçamento de 2011 para o Governo cair e assumir o poder". "Esta é uma estratégia de quem só pensa no poder do partido e não está a pensar no país. Se os senhores deputados não colaborarem numa solução para o país, a crise vai agravar-se e a responsabilidade também será vossa", disse.
Despesa pública
O ministro das Finanças insistiu que a despesa do Estado está controlada, ironizando que "mesmo que o crescimento da despesa fosse zero", o PSD diria que está a crescer. "Os números da execução orçamental demonstram que claramente denota controlo. O facto de a despesa do Estado ter aumentado 4,3 por cento e ter aumentado 2,7 por cento em Agosto, revela bem que a despesa está a ser controlada e que as medidas que adoptamos estão a começar a surtir os seus efeitos", disse. Na fase final do debate, o deputado socialista Vítor Baptista já tinha defendido que "não há razão para que o PSD não solucione" e "não ajude a solucionar" os problemas do país, rejeitando que a receita dos impostos em Portugal seja superior à media europeia. Do lado do CDS-PP, a deputada Assunção Cristas enunciou algumas das medidas que o partido defende para reduzir a despesa, frisando que "o Governo pode começar por reduzir a sua estrutura administrativa" ou não criar mais empresas ou institutos públicos. O deputado comunista Honório Novo acusou o PS "de assobiar para o lado" quando lhe falam em "evasão fiscal", defendendo que, nessa matéria, a "união entre o PS e o PSD é total".
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