Segundo o site da SIC, "esquerda e direita uniram-se hoje na crítica ao diploma que alterou as regras de acesso aos apoios sociais, em vigor desde agosto, acusando o Governo de atacar os mais desprotegidos e desfavorecidos PCP, Bloco de Esquerda e CDS-PP, que requereram a apreciação parlamentar do Decreto-Lei 70/2010, que instituiu novas regras para os beneficiários de prestações sociais, não pouparam críticas aos socialistas, mas a esquerda não conseguiu aprovar a revogação do diploma. A alteração do conceito de agregado familiar, as novas fórmulas de cálculo "per capita" e a forma de contabilização dos rendimentos foram os principais pontos de discórdia. O centrista Pedro Mota Soares focou o corte das prestações para os idosos e crianças, em contraste com a facilidade em aceder ao Rendimento Social de Inserção (RSI) e anunciou que o CDS-PP vai propor uma auditoria global para combater a fraude. O deputado disse ainda que o diploma "mistura alhos com bugalhos" e que o governo devia ir mais longe na "moralização do rendimentos mínimo" em vez de cortar nas ajudas para os medicamentos dos pensionistas. O PSD alinhou nas críticas, com Adriano Rafael a eleger como alvo os beneficiários do RSI, protegidos pela "mão amiga do PS", e a sublinhar que "nunca tantos receberam tão pouco". Comunistas e bloquistas argumentaram, por outro lado, que a crise está a ser paga pelos mais pobres, enquanto o governo privilegia a banca, e pediram a revogação do Decreto-Lei. O comunista Jorge Machado lamentou o "criminoso ataque às prestações sociais" afirmando que a nova forma de cálculo aumenta artificialmente os rendimentos das famílias. Para Helena Pinto, do BE, este decreto é mais um sinal de quem o governo quer pôr a pagar a crise e "só merece a revogação". O secretário de Estado da Segurança Social, Pedro Marques, lembrou outros apoios que foram aprovados pelos socialistas como o abono pré-natal e negou que estejam a ser feitos cortes cegos, assumindo, no entanto, a exigência de maior rigor na atribuição do RSI que implicou menos dez milhões de euros a sair dos cofres do Estado em agosto. Pedro Marques acusou a esquerda de "radicalismo imobilista" e rejeitou o "radicalismo persecutório da direita", mas optou por não responder às perguntas de Mota Soares que quis saber, entre outras questões, porque é que quem tem 100 mil euros no banco pode beneficiar do RSI. PCP, BE e Partido Ecologista "Os Verdes" votaram a favor da revogação do DL 70/2010, mas esta foi inviabilizada pelo PSD e CDS-PP, que se abstiveram, e pelo voto contra do PS".
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