quarta-feira, setembro 22, 2010

Açores: em defesa

Os Açores continua a seguir o “caso” (?) da atribuição de uma bolsa de estudo ao filho da Secretária Regional do Trabalho e Solidariedade Social, depois de uma alteração à legislação que, pretensamente, foi feita para justificar essa decisão. Sobre esta matéria não teço comentários porque não ouso, seria criminoso da minha parte, colocar em dúvida o bom nome e a seriedade de Ana Paula Marques. O que acho que importa salientar é que não acredito que a secretária regional seja “tonta” ao ponto de se envolver, ou ser mandante, num processo de alteração legislativa sem acreditar que poderia ser confrontada com esta polémica em seu claro prejuízo. Não acredito, porque se assim fosse, não tinha perfil para desempenhar o cargo que desempenha. Em segundo lugar, acho que existe algum aproveitamento político – independentemente do que vier a ser apurado – em torno do assunto, pois nem a Secretária Regional do Trabalho e Solidariedade Social é obrigadas a prejudicar um seu familiar, seja ele quem for, do acesso a bolsas de estudo previstas, nem qualquer seu familiar pode ser prejudicado, muito menos pelo facto de ser filho de uma Secretária Regional do Trabalho e Solidariedade Social. O esclarecimento publicado – e que li no Diário dos Açores – não me impede de acreditar que esta membro do governo açoriano poderá estar a ser diabolizada por razões partidária se políticas. Porque acho um absurdo a argumentação do CDS/PP local – “Com aquilo que recebo jamais candidataria um filho meu a uma bolsa de estudo deste tipo. Nós, os políticos, devemos dar o exemplo ao Povo” – pois uma coisa são as bolsas de estudo atribuídas ao abrigo da acção social escolar e outras entidades, outra coisa são as bolsas de formação, como me parece ser o caso do filho da secretária regional, que obedecem a regulamentos próprios, que não podem confundir-se com aquelas. São bolsas que têm a ver com notas obtidas e com candidaturas aceites em função de vários pressupostos. Esta deliberada confusão feita pelo líder do CDS/PP açoriano, mostra que em política, nem tudo deve ser usado como instrumento de ataque contra adversários políticos, apenas por isso mesmo, por serem adversários políticos.

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