segunda-feira, janeiro 26, 2009

JN: Em causa despedimento de 122 colaboradores!

Fiquei hoje a saber que "um manifesto intitulado "Não calem o JN" (Jornal de Notícias) vai recolher assinaturas junto de jornalistas, autarcas, artistas e políticos "contra o silenciamento de um diário que representa a voz da sociedade civil do norte" do país. A iniciativa do manifesto surgiu de cerca de uma dezena de pessoas do Porto, explicou à Agência Lusa Paulo Silva, jornalista, delegado sindical e membro do conselho de redacção do JN, na sequência do processo de despedimento colectivo que abrange 122 colaboradores de diferentes áreas do Grupo Controlinveste. Anunciado pela administração da Controlinveste em meados de Janeiro, e justificado por uma "profunda quebra de receitas", o despedimento afecta sobretudo os dois maiores jornais do grupo, o Diário de Notícias e o Jornal de Notícias. "No caso do JN, são 23 jornalistas despedidos", precisou Paulo Silva, acrescentando que há mais alguns trabalhadores de outras áreas também abrangidos no processo de despedimento. O manifesto, que define o JN como "o último grande jornal da cidade do Porto" e também o "último resistente à razia que o tempo e as opções de gestão fizeram na imprensa da cidade", alerta para "o definhamento da identidade de uma instituição centenária que sempre representou as forças vivas da sociedade, primeiro passo para a efectiva e irreversível extinção". Paulo Silva afiançou que o documento, que inclui a recolha de assinaturas, "não é uma iniciativa sindical, mas de um grupo de pessoas da sociedade civil", contra o que considera ser a descaracterização das redacções provocada pela remodelação em curso, e o silenciamento das questões que dizem respeito ao norte do país. "Cada vez mais, o JN deixará de ser a montra dos problemas e dos anseios de vastas zonas do país (o fecho e o emagrecimento de filiais são paradigmáticos). Com isso, haverá um crescente isolamento de regiões que o centralismo tem colocado cada vez mais na periferia", lê-se no manifesto. "Assistimos ao fim do Comércio do Porto e o Primeiro de Janeiro já não é o de outros tempos", assinalou ainda o jornalista, reiterando que, com este processo, "estão a calar a voz ao Porto e ao Norte" do país".

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