domingo, julho 27, 2008

A senhora deve estar equivocada...

Hoje não vou comentar o assunto - falo-ei amanhã, mais ponderadamente, porque a minha primeira reacção, enquanto militante de um partido que se confronta com declarações desta natureza do seu líder, seria o de defender a imediata demissão. Se, como insinua a comunicação social, embora sem bases concretas, se tratou de algum recado para o PSD da Madeira e a sua festa, a resposta foi-lhe dada pelas imagens. O que é triste é que tudo isto pode mostrar a possibilidade de termos um PSD entregue a uma determinada casta elitista incapaz de sujar os seus sapatos de marca na poeira de festas populares, que não se junta com as suas roupas de marca com a "populaça" que só serve para pedir votos e que não troca o aconchego de Cascais ou bairros elitistas lisboetas por Chão da Lagoa ou qualquer outro. Por isso, por mera precaução, amanhã direi alguma coisa sobre este assunto, limitando-me hoje a recordar o que se passou, especialmente aos que eu sei que procuram este blogue para uma espécie de actualização de novidades...
Tudo começou nos Açores, quando Ferreira Leite lá se deslocou para participar numa iniciativa partidária e acusar os socialistas relativamente a um diploma aprovado por unanimidade (com os votos do PSD!) nos Açores e em Lisboa (São Bento): "Manuela Ferreira Leite acusou hoje o PS de ter avançado com a revisão do Estatuto Político-Administrativo dos Açores, sem introduzir as alterações recomendadas, “para arranjar um conflito” com o Presidente da República.Para a líder do PSD, a atitude dos socialistas de manter inalterável os artigos do estatuto, mesmo depois de terem sido avisados de que alguns poderiam suscitar polémica, “não foi tomada para defender os Açores” como alega o PS.O objectivo, garante, não foi promover a autonomia da região, mas “arranjar um conflito com o Presidente da República” para angariar votos nas próximas eleições.“Este é o tipo de política que repúdio e em que o PSD não pode enveredar”, afirmou Ferreira Leite, na apresentação dos cabeças de lista sociais-democratas às eleições regionais, marcadas para 19 de Outubro. A dirigente sublinha que não se pode fazer “política de qualquer forma”, é preciso falar sempre verdade, o que não tem acontecido, conduzindo a que “os políticos tenham caído em descrédito”.Ferreira Leite disse estar confiante numa vitória do PSD-Açores nas próximas eleições e descreveu Carlos Costa Neves, o líder dos sociais-democratas açorianos, como um exemplo de “rigor, seriedade, sobriedade e capacidade para fazer bem sem alarido”. “Não devemos fazer política folclórica. Temos de ter cuidado com as festas e os recursos que gastamos nelas”. O que gerou alguma polémica foram declarações da senhora constantes de um video (que pode ser visto aqui, no site da SIC) que alguns consideraram conter farpas indirectas a Jardim, e à festa do PSD da Madeira o que a ter sido verdade é intolerável, incompetente e despropositado.
Obviamente que a reacção de Jardim não se faria esperar nem poderia ter sido outra, não só desvalorizando essas pretensas críticas de Ferreira Leite, como reafirmando o seu distanciamento face à direcção social-democrata nacional: "Eu só presto atenção aquilo que merece atenção", diz o líder do PSD-M. O presidente do PSD-M, Alberto João Jardim, comentou hoje que os "gostos" pertencem a cada um que só dá atenção àquilo que merece atenção, reagindo a declarações da líder do PSD que criticou as festas "folclóricas". "Cada um gosta do que gosta, não tenho comentários a fazer", disse à comunicação social Alberto João Jardim durante o périplo às 56 barracas de comes-e-bebes, representativas das freguesias da Madeira e da JSD-M e dos TSD-M, erguidas no planalto de Chão da Lagoa, por ocasião da festa do PSD-M. "Eu só presto atenção aquilo que merece atenção", acrescentou o líder do PSD-M, que, trajando um pólo cor-de-laranja, começou a sua ronda pelas barracas na freguesia dos Canhas do concelho da Ponta do Sol".

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