PSD: terá a montanha parido um rato?
Eu sei! São sondagens. Pois são! Mas qual é o político, mesmo os que contra elas se atiram, que não olha discretamente que seja, para as sondagens? Como militante e eleitor do PSD, quando me confronto com resultados destes, fico com uma enorme frustração. No meu caso acrescida, porque tenho a certeza que os portugueses estão frustrados, precisam de alternativa ao governo socialista e não têm. Os portugueses precisam de alguém que fale uma linguagem fácil, acessível, séria, que os entenda, que lhes indique caminhos, que lhes proponha alternativas. Os portugueses não precisam dos adeptos do politicamente correcto, cinzentões que vivem e sobrevivem com qualquer partido no poder. Os portugueses não precisam dos patéticos ou os manipuladores de opinião que usam os meios de comunicação ao seu dispor para se colocarem ao serviço dos interesses e das pressões e protagonismos de máfias políticas e de outros interesses, que por aí andam. Os portugueses não precisam de “opinion makers” que os confundem ou enganam. Os portugueses precisam de alguém que não se remeta ao silêncio, que adie decisões, que não tenha ideias gerais para o seu programa, que se engasgue quando fala aos jovens e de políticas de juventude, que faça desastrosas escolhas para a liderança de uma bancada política naquele que é o principal palco do combate político - a Assembleia da República. Os resultados dar-me-ão cada vez que forem divulgado, razão, e a certeza de que estava no caminho certo quando defendi - e julgo que as pessoas não têm memória curta - que Alberto João Jardim deveria ter ido em frente e que nunca poderia ter-se deixado enganar ou ceder à ambição cega, desmedida e vaidosa de Santana Lopes. Os resultados das "directas" mostraram o que todos sabiam que ia acontecer, um PSL que não passa de um “bluff" e um partido desesperado que foi habilmente manipulado e conduzido para duas opções fracas e de facção - MFL e PPC - que não transmitiam confiança. Lá está, o PSD pode ter resolvido um problema interno para que todos fossem “descansados” a banhos. Mas pode ter sido cometido o erro histórico de não ter sabido escolher com a ponderação cedendo a alguns manipuladores de opiniões e compradores e/ou vendedores de votos que abundam no PSD. E agora? Quando numa conjuntura como esta, com um governo fragilizado como nunca, com um PS em queda (?), um e outro pressionando por uma crise que alarma e arrasta família se empresas para o fosso, quando se garante que 2008 e 2009 ainda serão mais difíceis, quando apesar de tudo isso ainda temos resultados como os que esta sondagem mostra – e julgo que mais alguns sairão em breve – então o problema está apenas e só na consciência colectiva do partido e na convicção de cada um dos seus militantes, a de que um ano de 2009 eleitoralmente triplamente desastroso pode significar o princípio do fim para o próprio espaço do PSD na política portuguesa. E quando assim é, manda o bom senso que se actue enquanto é tempo, quer os inquilinos de certos palácios - bem instalados, porque distantes de todos os problemas que fazem parte do quotidiano dos portugueses - gostem ou não. Na minha qualidade de militante e eleitor do PSD, garanto que perante este cenário vou de férias, sim senhor, certo que o partido não resolveu coisa nenhuma. Vamos ter que retomar a estratégia, agora em moldes diferentes, vamos ter que ter mais convicção, vamos afastar qualquer auréola de “salvador da pátria” que em política não existem e ter presente, sempre presente, que quando se reduz um partido a cacos, depois é tarde para os reunir de novo e colar. O segredo está em impedir que a “coisa” se parta toda.
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