A notícia foi hoje publicada no Diário Económico, pelo jornalista Luís Reis Ribeiro: "Mais de um quinto (22,4%) do emprego por conta de outrem em Portugal é a prazo, o terceiro nível mais elevado da UE a seguir a Espanha e Polónia, mostra o Eurostat.O peso da contratação a termo poderia ser um indicador de flexibilidade do mercado de trabalho, mas como tem sido erradamente usado por muitas empresas acabou por se tornar numa barreira à criação de riqueza na economia, aumentando a precariedade, sobretudo entre os trabalhadores mais jovens e as pessoas com qualificações mais baixas. O Banco de Portugal defende que “os contratos com termo estão tipicamente associados a um menor nível de produtividade”.Os últimos números do INE, relativos ao primeiro trimestre, mostram que a contratação a prazo aumentou 11% face ao período homólogo. Haverá em Portugal 718 mil trabalhadores a prazo, isto sem contar com os milhares de recibos verdes (os trabalhadores por conta própria isolados são mais de 911 mil e cresceram 3%).Segundo o Eurostat, que ontem apresentou um estudo comparativo sobre mercado de trabalho para os 27 países da União, o fenómeno do emprego a prazo afecta mais as mulheres portuguesas (23%) do que os homens (21,8%), uma polarização que também afecta a UE como um todo, com 15,2% e 13,9%, respectivamente.De acordo com o mesmo documento, Portugal surge também como um dos países europeus onde o peso dos empregos pouco ou nada qualificados é maior: cerca de 37,2% do emprego total, número que compara com a média de 34,3% da UE. Na zona euro, há países onde as baixas qualificações têm maior peso do que em Portugal. Na zona euro é o caso de Espanha, Irlanda e Áustria. Alargando o universo à UE, Chipre, Malta, Reino Unido e Noruega ultrapassam Portugal.Na Europa a população empregada ascende a 218,4 milhões de pessoas, sendo que Portugal representa 2,4%, com 5,17 milhões de trabalhadores.Há cerca de uma semana, o BCE sublinhou que a taxa de desemprego da zona euro “caiu para níveis nunca vistos nos últimos 25 anos”, mas a sua estabilização em 7,2% da população activa nos últimos meses “disfarça” uma realidade bem mais adversa no mercado de trabalho, avisou no boletim mensal de Julho.Entre Abril e Maio deste ano o número de desempregados aumentou em 62 mil indivíduos na zona euro, em termos líquidos (a diferença entre subidas e descidas é positiva). O BCE sublinha que “é a primeira vez, desde Fevereiro de 2005, que o número de pessoas desempregadas aumenta em dois meses consecutivos”, reflexo da crise em sectores como a construção".terça-feira, julho 22, 2008
Portugal é líder da UE no peso dos contratos a prazo...
A notícia foi hoje publicada no Diário Económico, pelo jornalista Luís Reis Ribeiro: "Mais de um quinto (22,4%) do emprego por conta de outrem em Portugal é a prazo, o terceiro nível mais elevado da UE a seguir a Espanha e Polónia, mostra o Eurostat.O peso da contratação a termo poderia ser um indicador de flexibilidade do mercado de trabalho, mas como tem sido erradamente usado por muitas empresas acabou por se tornar numa barreira à criação de riqueza na economia, aumentando a precariedade, sobretudo entre os trabalhadores mais jovens e as pessoas com qualificações mais baixas. O Banco de Portugal defende que “os contratos com termo estão tipicamente associados a um menor nível de produtividade”.Os últimos números do INE, relativos ao primeiro trimestre, mostram que a contratação a prazo aumentou 11% face ao período homólogo. Haverá em Portugal 718 mil trabalhadores a prazo, isto sem contar com os milhares de recibos verdes (os trabalhadores por conta própria isolados são mais de 911 mil e cresceram 3%).Segundo o Eurostat, que ontem apresentou um estudo comparativo sobre mercado de trabalho para os 27 países da União, o fenómeno do emprego a prazo afecta mais as mulheres portuguesas (23%) do que os homens (21,8%), uma polarização que também afecta a UE como um todo, com 15,2% e 13,9%, respectivamente.De acordo com o mesmo documento, Portugal surge também como um dos países europeus onde o peso dos empregos pouco ou nada qualificados é maior: cerca de 37,2% do emprego total, número que compara com a média de 34,3% da UE. Na zona euro, há países onde as baixas qualificações têm maior peso do que em Portugal. Na zona euro é o caso de Espanha, Irlanda e Áustria. Alargando o universo à UE, Chipre, Malta, Reino Unido e Noruega ultrapassam Portugal.Na Europa a população empregada ascende a 218,4 milhões de pessoas, sendo que Portugal representa 2,4%, com 5,17 milhões de trabalhadores.Há cerca de uma semana, o BCE sublinhou que a taxa de desemprego da zona euro “caiu para níveis nunca vistos nos últimos 25 anos”, mas a sua estabilização em 7,2% da população activa nos últimos meses “disfarça” uma realidade bem mais adversa no mercado de trabalho, avisou no boletim mensal de Julho.Entre Abril e Maio deste ano o número de desempregados aumentou em 62 mil indivíduos na zona euro, em termos líquidos (a diferença entre subidas e descidas é positiva). O BCE sublinha que “é a primeira vez, desde Fevereiro de 2005, que o número de pessoas desempregadas aumenta em dois meses consecutivos”, reflexo da crise em sectores como a construção".
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