sexta-feira, julho 18, 2008

Aviação: lembrando alguns artigos

- Uma centena de pilotos entre os 1.100 postos cortados na Spanair: "Os sindicatos do sector alertaram hoje para a possibilidade de despedimento de cerca de uma centena de pilotos, entre os 1.100 empregados que a Spanair propõe cortar no âmbito de um plano de viabilidade para empresa. Fontes sindicais indicam que o corte estimado de 100 dos 575 pilotos da transportadora se deverá ao facto da empresa cortar 15 aviões da sua actual frota de 63 e de abolir nove rotas que a Spanair considera deficitária. O plano de viabilidade da Spanair, detida pela transportadora aérea escandinava SAS, começou esta semana a ser comunicado e deverá entrar em vigor em Janeiro. Representantes sindicais que se reuniram já com a direcção da empresa manifestaram vontade de colaborar nos esforços para garantir a sobrevivência da Spanair, num mercado em crise fortemente afectado pelos aumentos dos custos dos combustíveis. Os sindicatos consideram, porém, que deveriam ser retirados da empresa os gestores que desenharam em 2007 planos "irrealizáveis e inverosímeis" que, afirmam, contribuíram para aprofundar a actual crise da empresa" (fonte: RTP);
- Crise do Pico Petrolífero: declínio do transporte aéreo: "Nas últimas semanas, companhias de aviação de todo o mundo têm estado a relatar perdas substanciais, a declarar bancarrota ou a encerrar totalmente. Até então as perdas têm sido principalmente de companhias pequenas, mas muitas das maiores começaram a agitar-se à procura de parceiros para fusão. A US$3,71 por galão [1 galão = 3,78 litros], o jet fuel é agora a maior rubrica de despesa de uma companhia de aviação. No ano 2000 a conta de combustível das companhias de aviação [nos EUA] era de US$14 mil milhões. Ela está a aproximar-se dos US$60 mil milhões e a subir. A Southwest, o transportador mais lucrativo, anunciou recentemente que a conta de combustível deste ano será de mais US$500 milhões do que no ano passado e igual aos lucros de 2007. Durante o primeiro trimestre de 2008 a American Airlines perdeu US$238 milhões; a Delta perdeu US$274 milhões; a United perdeu US$537 milhões; a Continental US$80 milhões; a Northwet US$191 milhões; e a US Airways US$236 milhões. Apenas a Southwet Airlines, que fez melhor trabalho de hedging do seu combustível do que as outras, realizou um lucro. É claro que estamos em vias de assistir a grandes mudanças no transporte aéreo a muito breve prazo. Desde há algum tempo, as companhias de aviação têm estado a eliminar coisas desnecessárias, a aumentar preços, a lotar os aviões e a efectuar quaisquer outras economias de que se lembrassem. Após a temporada de voos do Verão terminar em Setembro próximo, muitas companhias planeiam retirar 5-10 por cento dos seus aparelhos menos eficientes, reduzindo assim a sua programação de voos numa quantidade semelhante" (um artigo de Tom Whipple, de Maio de 2008, aqui);
- Esgotamento do petróleo, tráfego aéreo e construção de novos aeroportos: "Uma característica bizarra do mundo moderno é que os combustíveis para a aviação e as bancas (bunkers) de navios estão isentos de impostos — embora os líderes do G8 proponham agora cobrar impostos sobre tarifas aéreas a fim de obter fundos para a África (dizem eles que buscam meios para cancelar a sua dívida). O artigo a seguir trata do futuro da aviação face ao esgotamento petrolífero, enfatizando o absurdo de expandir aeroportos, com base nas tendências passadas de crescimento das viagens, sem levar em conta os constrangimentos de combustível — para não mencionar a ascensão dos seus custos (mesmo sem impostos)" (fonte: um artigo de John Busby, de Agosto de 2005, aqui);
- A produção de jet fuel e a dispensabilidade de novos aeroportos: "Em 2002 o Departamento do Transporte do Reino Unido anunciou uma consulta acerca da capacidade das pistas dos aeroportos, assumindo que a utilização do transporte aéreo duplicará em 2015 e triplicará em 2030. Isto implica um crescimento anual exponencial no tráfego de aéreo de passageiros de 4,5% ao longo deste período. Uma tal expansão do tráfego aéreo dentro do Reino Unido corresponderia a um aumento semelhante do tráfego internacional. O tráfego interno no Reino Unido e em outros países cresceria de modo análogo à actividade internacional. O departamento concluía que os aeroportos deveriam ser expandidos e pistas adicionais construídas a fim de atender à procura prevista. Os aeroportos de Heathrow e Stansted foram seleccionados como candidatos à expansão, mas Heathrow foi posto em suspenso devido a preocupações acerca dos níveis crescentes de poluição, especialmente do tráfego rodoviário provocado pelo aeroporto. Espera-se que em 2007 seja apresentado um pedido para construir uma segunda pista paralela em Stansted, a ser concluída em 2015. Enquanto isso, estão a caminho tentativas de por de lado as questões ambientais que envolveram a outra pista em Heathrow" (fonte: um artigo de John Busby, de Março de 2007, aqui);
- Peak Oil: A crise global que se aproxima e o declínio da aviação: "Apesar de debatida e muitas vezes negada, uma queda maciça na produção de petróleo está a aproximar-se mais rapidamente do que muita gente está pronta a admitir. O Dr. Alex Kuhlman avalia a situação e o seu efeito sobre a indústria aeronáutica, e faz-nos lembrar que devemos começar a pensar no amanhã. Nos últimos poucos meses tem havido um aumento da cobertura dos media acerca dos records de preços altos do petróleo e do futuro da produção petrolífera global. O inevitável endurecimento da oferta está a desestabilizar os mercados de petróleo, os quais agora apresentam respostas extremas de preços às mais pequenas perturbações. É curioso que muito poucas pessoas saibam que a produção petrolífera mundial está a aproximar-se do seu pico histórico, e os actuais US$ 60 por barril podem parecer como uma pechincha daqui a uns poucos anos. Em mais de 54 dos 65 mais importantes países produtores de petróleo a produção já começou a declinar, prevendo-se que o Médio Oriente venham logo a seguir. As implicações de termos menos petróleo amanhã do que temos hoje são de grande alcance pois uma crise global inevitável se seguirá" (fonte: um artigo de Alex Kuhlman, professor universitário, de Agosto de 2005 quando o preço do barril de petróleo era outro, aqui);
- Crise da aviação nos EUAUnited Airlines despede 950 pilotos: "A companhia aérea norte-americana United Airlines anunciou que tem de despedir 950 dos seus pilotos antes do fim do próximo ano, devido à redução da frota face ao aumentos dos preços dos combustíveis. Os preços recorde levaram já as grandes transportadoras aéreas norte-americanas a tomar uma série de medidas "drásticas", apelando também à intervenção de Washington.O despedimento de 15% dos 6.500 pilotos da United Airlines começará a ser aplicado em Setembro. Até meados de Julho deverão ser notificados da decisão cerca de uma centena de pilotos."Somos obrigados a reduzir a nossa frota e tomar medidas em todo o grupo para permitir à United [Airlines] continuar a ser competitiva neste contexto de alta dos preços de combustíveis", explicou a empresa em comunicado. O despedimento “é um dos passos difíceis mas necessários que devemos tomar para ajustar a dimensão do nosso negócio à realidade actual do mercado”. A empresa anunciou no princípio deste mês que diminuirá 14% da sua actividade nacional e diminuirá entre 1.400 a 1.600 postos de trabalho devido às dificuldades que atravessa o sector na sequência dos aumentos de preços dos combustíveis. A United Airlines, a segunda maior transportadora aérea norte-americana, precisou então que retirará este ano cem aviões da sua frota, os mais antigos e menos eficientes em termos de consumo de carburante" (fonte: SIC);
- IATA prevê fortes prejuízos para o sector da Aviação em 2008: "A Associação Internacional dos Transportes Áereos (IATA) anunciou hoje ter revisto em baixa significativa as suas previsões financeiras para o sector, sendo agora esperado que este registe um prejuízo de 2,3 mil milhões de dólares (1,47 mil milhões de euros), caso o preço médio do barril de Brent (petróleo de referência na Europa) seja de 106,5 dólares, contra a anterior expectativa de um lucro de 4,5 mil milhões de dólares (2,89 mil milhões de euros). Segundo afirmou o director-geral da IATA, Giovanni Bisignani, "por cada dólar que sobe o preço do barril de petróleo, os nossos custos aumentam em 1,6 mil milhões de dólares (1,02 mil milhões de euros)", sendo que é esperado que o custo total do combustível para o sector da Aviação ascenda em 2008 aos 176 mil milhões de dólares (113,1 mil milhões de euros), representando 34% dos custos operacionais das transportadoras, e contra os 136 mil milhões de dólares (87,4 mil milhões de euros) registados em 2006.Este responsável sublinhou também que em 2002, os custos totais das companhias aéreas com os combustíveis foram de apenas 40 mil milhões de dólares (25,7 mil milhões de euros), representativos de apenas 13% dos seus custos operacionais" (fonte: texto do jornalista Pedro Duarte, do Diário Económico);
- O destino turbulento da TAP: "Se a TAP fosse um avião, o sinal de apertar o cinto já teria, com certeza, disparado. É possível que a transportadora estatal atinja o maior prejuízo de sempre este ano, se a alta do petróleo se mantiver.E nem o crescimento das operações, em frota e em número de destinos, consegue dar-lhe alguma estabilidade de voo. No cockpit, Fernando Pinto mostra sinais de cansaço. Para aumentar a turbulência, a tripulação faz exigências que podem pôr em causa uma aterragem suave. Ninguém está imune à escalada de preço do petróleo, que, convertido em combustível para aviação, vale, agora, 1250 dólares por tonelada (cerca de 125 dólares por barril). Valor que compara com os 250 dólares por tonelada no ano 2000, altura em que o gestor brasileiro assumiu a presidência da companhia de aviação portuguesa. É neste custo que reside o calcanhar de Aquiles da TAP. O facto de ter, inicialmente, calculado os gastos com base num preço de 75 a 78 dólares por barril fez com que falhasse largamente as previsões de despesa". (fonte: texto da jornalista Raquel de Almeida Correia, do Publico);
- Aviação veio a pique com crise do petróleo: "Lucros em queda, descida do tráfego e custos sempre a aumentar. As companhias aéreas estão apreensivas com o impacto da escalada do petróleo no sector e procuram soluções para atenuar a crise. Novas fusões poderão estar na calha.Dados da Associação Internacional do Transporte (IATA) revelam que a subida do preço do petróleo provocou um abrandamento do crescimento no tráfego aéreo internacional desde o início do ano. O tráfego internacional de passageiros cresceu apenas 3% em Abril, contra um acréscimo de 5,4% em igual mês do ano passado. O decréscimo deverá agravar-se ao longo do ano.As companhias americanas são as mais atingidas. Além da subida do petróleo lutam ainda contra a desvalorização do dólar face ao euro. A luta é desigual e algumas empresas negoceiam fusões para fugir à falência, que já atingiu algumas companhias, sobretudo as que nasceram para actuar em determinados nichos de mercado, como as transportadoras só para mulheres ou as que actuam nas viagens de luxo" (fonte: texto da jornalista do DN de Lisboa, Leonor Matias);
- Conferência de Preparação para Crises de Aviação da ALTA: "A Aviation Crisis Preparedness Conference (Conferência de Preparação para Crises de Aviação) da Associação Latino-americana de Transporte Aéreo (ALTA), projetada para educar e municiar executivos com as ferramentas e informações cruciais necessárias para preparar e implementar planos de preparação para crises específicos ao setor de aviação, está marcada para os dias 10 e 11 de setembro de 2008 em Miami. Paralelamente será realizada a Aviation Law Americas Conference (Conferência Pan-americana de Direito de Aviação), a ser realizada em 11 e 12 de setembro de 2008 no mesmo local. Detalhes completos da conferência e inscrições on-line estão disponíveis aqui". Para mais informações usar este link, este e este" (fonte: PRNewswire).

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