domingo, julho 29, 2007

Chão da Lagoa 2007 já é passado (III)

Marques Mendes deve recordar-se que, em 2005, foi considerada persona non grata na Festa da Autonomia, no Chão da Lagoa, embora hoje seja um dos seus convidados.O líder do PSD entrou em rota de colisão com Alberto João Jardim quando este se insurgiu contra o facto de a maioria dos vendedores ambulantes na ilha ser oriunda da China e da Índia, tendo dito que não os queria na Madeira. Mendes considerou publicamente "infelizes" tais afirmações e o Conselho Regional do PSD/M aprovou uma moção contra as suas "atitudes", manifestando-lhe "a inconveniência da sua presença" no Chão da Lagoa. Dois anos depois, Mendes é convidado a participar naquela que poderá ser a última festa do PSD naquele local.Tal como o PCP de Álvaro Cunhal, o PSD/M também adquiriu a sua "Quinta da Atalaia". Ou seja, a Fundação Social Democrata comprou, há anos, um extenso terreno, junto ao Montado do Pereiro, para aí realizar os encontros anuais. Não será arriscado afirmar que os discursos de hoje prometem ser encalorados em todos os sentidos, dada a estrondosa vitória de Jardim, mais de 60% de votos nas urnas (eleições antecipadas de 6 de Maio), que se traduziu no reforço da maioria absoluta. É nesta onda de grande vencedor e de contestação às leis da República - Lei das Finanças Regionais e Lei da Interrupção Voluntária da Gravidez - que Marques Mendes aterra. Mendes, recandidato à liderança do PSD, tem ali à mão dez mil militantes com as quotas em dia (entre os 33 mil que, neste momento, já as pagaram) e a influência que Jardim exerce sobre eles. O apoio que o líder regional dá a Mendes é visto como a "paga" para o suporte que obteve do líder do PSD na guerra contra a Lei das Finanças Regionais.O outro candidato à presidência do PSD, Luís Filipe Menezes, elogiou ontem a obra de João Jardim na Madeira, mas considerou que é preciso desdramatizar as relações com a região, governada há quase 30 anos pelo líder madeirense. "Acho que há um excesso de zelo no relacionamento com a Madeira (fonte: texto de Lilia Bernardes, DN de Lisboa)

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