quinta-feira, setembro 29, 2022

Sondagem: Mulheres mais pessimistas com evolução da guerra na Ucrânia

 

Um terço das inquiridas prevê escalada para conflito direto entre NATO e Rússia (24%) ou uso de armas nucleares (9%). Dois terços dos portugueses (67%) defendem que os países da NATO devem continuar a dar ajuda militar à Ucrânia e cerca de metade (49%) acredita na vitória dos ucranianos, de acordo com uma sondagem da Aximage para o JN, DN e TSF. A guerra, no entanto, vai prolongar-se no tempo (45%), ou escalar para um conflito direto entre Rússia e NATO (21%). Para uma minoria, será pior ainda: 7% dos inquiridos temem que termine numa guerra nuclear. Quando se pergunta aos portugueses sobre as suas expectativas de evolução do conflito, fica evidente que estão em clara maioria os que adivinham que a guerra, que já leva sete meses, será longa. Apenas uns escassos 15% acreditam que o desfecho será breve, seja porque haverá um acordo entre as duas partes (9%), seja porque a Ucrânia cederá território à Rússia (6%).

Mas também há quem tenha perspetivas mais sombrias sobre o futuro. Pelo menos dois em cada dez portugueses acham que a evolução será no sentido do alargamento para um conflito direto entre a Rússia e a NATO, em particular as mulheres (mais sete pontos percentuais do que no caso dos homens). E são também elas as mais pessimistas relativamente à hipótese de tudo culminar numa guerra nuclear (mais quatro pontos percentuais do que os homens). Feitas as contas, um terço (33%) das mulheres prevê uma escalada na amplitude e nos efeitos da guerra.

Apoio militar

Talvez estas previsões ajudem a explicar as diferenças de género nas respostas a uma outra pergunta: quando está em causa a continuação do apoio militar da NATO à Ucrânia, elas (63%) mostram-se um pouco menos entusiasmadas do que eles (71%). Ao contrário, são mais as mulheres (23%) do que os homens (15%) que manifestam discordância com a entrega de armas.

Em termos gerais, a continuação do apoio militar ocidental aos ucranianos é o sentimento prevalecente (apenas 15% dos portugueses discordam). Mas também se detetam algumas diferenças nos outros segmentos em que se divide a amostra. No que diz respeito às faixas etárias, por exemplo, o apoio vai crescendo à medida que a idade avança (há uma diferença de 15 pontos entre os mais novos e os mais velhos). A percentagem dos que concordam com a ajuda militar também cresce à medida que sobe o nível de rendimentos (há uma diferença de 13 pontos entre a classe social mais baixa e a mais alta).

No que diz respeito ao resultado final, são claramente mais (49%) os que acreditam numa vitória da Ucrânia sobre a Rússia, do que os que pensam que esse resultado não é possível (21%). Mas também é verdade que 30% não sabem responder. A incerteza é particularmente elevada entre as mulheres (36%), entre os mais jovens (37%) e entre os mais pobres (39%) (Jornal de Notícias, texto do jornalista Rafael Barbosa)

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