Mas também há quem tenha perspetivas mais sombrias sobre o futuro. Pelo menos dois em cada dez portugueses acham que a evolução será no sentido do alargamento para um conflito direto entre a Rússia e a NATO, em particular as mulheres (mais sete pontos percentuais do que no caso dos homens). E são também elas as mais pessimistas relativamente à hipótese de tudo culminar numa guerra nuclear (mais quatro pontos percentuais do que os homens). Feitas as contas, um terço (33%) das mulheres prevê uma escalada na amplitude e nos efeitos da guerra.
Apoio militar
Talvez estas previsões ajudem a explicar as diferenças de género nas respostas a uma outra pergunta: quando está em causa a continuação do apoio militar da NATO à Ucrânia, elas (63%) mostram-se um pouco menos entusiasmadas do que eles (71%). Ao contrário, são mais as mulheres (23%) do que os homens (15%) que manifestam discordância com a entrega de armas.
Em termos gerais, a continuação do apoio militar ocidental aos ucranianos é o sentimento prevalecente (apenas 15% dos portugueses discordam). Mas também se detetam algumas diferenças nos outros segmentos em que se divide a amostra. No que diz respeito às faixas etárias, por exemplo, o apoio vai crescendo à medida que a idade avança (há uma diferença de 15 pontos entre os mais novos e os mais velhos). A percentagem dos que concordam com a ajuda militar também cresce à medida que sobe o nível de rendimentos (há uma diferença de 13 pontos entre a classe social mais baixa e a mais alta).
No que diz respeito ao resultado final, são claramente mais (49%) os que acreditam numa vitória da Ucrânia sobre a Rússia, do que os que pensam que esse resultado não é possível (21%). Mas também é verdade que 30% não sabem responder. A incerteza é particularmente elevada entre as mulheres (36%), entre os mais jovens (37%) e entre os mais pobres (39%) (Jornal de Notícias, texto do jornalista Rafael Barbosa)
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