segunda-feira, maio 31, 2010

UNICEF: 1.2 mil milhões de dólares para ajuda de emergência

"Numa altura em que as atenções mundiais se concentram nos esforços para socorrer a população do Haiti, a UNICEF divulga hoje o seu Relatório de Acção Humanitária (HAR) 2010. Este relatório anual destaca as mais graves crises que afectam as crianças e mulheres no mundo, e inclui um apelo para assistência adicional. O relatório deste ano debruça-se sobre a situação das crianças e mulheres em 28 países e territórios que foram identificados como aqueles onde as necessidades se fazem sentir com maior urgência, e visa reunir 1.2 mil milhões de dólares para os ajudar. O HAR 2010 realça a crescente importância das parcerias para responder às necessidades das crianças e famílias afectadas. “O Haiti era considerado pela UNICEF como um dos países ‘em situação de crise’ quando o Relatório de Acção Humanitária foi para impressão, antes da ocorrência do terramoto,” afirmou Hilde F. Johnson, Directora Executiva Adjunta da UNICEF. “Confrontado com múltiplos furacões, para além da instabilidade social, o país já tinha necessidade de assistência humanitária.”
“O terramoto é um exemplo terrível de mais uma dupla catástrofe, que matou um número muito elevado de haitianos, deitou por terra os seus meios de subsistência e destruiu as infra-estruturas e os sistemas necessários para que a acção humanitária seja eficaz," afirmou. "Mas estamos a conseguir resultados. Esta semana, é lançada uma campanha de imunização para proteger cerca de 500.000 crianças menores de 7 anos contra o sarampo, a difteria e o tétano.”
“Ao mesmo tempo que redobramos esforços para acelerar a prestação de assistência humanitária e protecção de todas as crianças no Haiti, a UNICEF precisa também de se empenhar na melhoria das condições de vida das crianças no resto do mundo,” acrescentou Johnson." As crianças estão a sofrer em muitos lugares e por múltiplas razões. Todas elas precisam da nossa ajuda. Em 2009, o Sudeste Asiático foi abalado por diversas catástrofes em grande escala, naturais e causadas pelo homem, enquanto as emergências no Corno de África, Afeganistão, República Democrática do Congo e Sudão se agravaram,” declarou Johnson. “As crianças estão sempre entre os grupos da população mais duramente afectados, e as catástrofes expõem-nas a maiores riscos de abusos e violações graves dos seus direitos, incluindo a violência sexual, assassínios e mutilações, e ao recrutamento forçado por parte de grupos armados.”Todos os anos, a UNICEF intervém em 200 situações de emergência no mundo. O Relatório de Acção Humanitária 2010 analisa as crises mais graves, aquelas que exigem um apoio de carácter excepcional. Os 28 países e territórios que constam do relatório foram incluídos com base na escala e na natureza crónica ou prolongada das situações de crise, na gravidade das suas repercussões nas crianças e mulheres, e na possibilidade de salvar vidas. É imperativo agir com urgência nestas situações para salvaguardar as suas vidas, assegurar o acesso a água potável, a meios de saneamento e higiene adequados, à saúde e nutrição, bem como proteger as crianças contra as piores formas de violência e maus-tratos, e proporcionar educação às crianças – mesmo nas piores circunstâncias. O Relatório de Acção Humanitária deste ano realça a evolução de fenómenos mundiais, que representam riscos cumulativos para as crianças, nomeadamente as alterações climáticas, a instabilidade económica mundial, e a evolução da natureza dos conflitos – em particular a elevada frequência da violência sexual contra crianças e mulheres. Estes factores vêm acentuar a vulnerabilidade das comunidades mais pobres, e ameaçar a sobrevivência e os direitos fundamentais das crianças. A actual crise financeira mundial, associada à instabilidade dos preços dos alimentos, traduz-se pelo aumento da pobreza e da má nutrição, e ameaça seriamente os progressos para as crianças alcançados nalguns países em desenvolvimento. As crianças e mulheres foram particularmente afectadas. Em 2009, aumentou o número de famílias pobres que foram obrigadas a diminuir as suas refeições e a qualidade da sua alimentação. Segundo um relatório da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) de 2009, mais de mil milhões de pessoas no mundo passam fome – um aumento de pelo menos 100 milhões relativamente a 2008. Dada a gravidade das crises na Ásia, quer seja no Paquistão e Afeganistão ou nas Filipinas, é previsível que as necessidades financeiras mais do que dupliquem em 2010. Contudo, as maiores necessidades continuam a fazer-se sentir na África subsariana, onde em 2009 cerca de 24 milhões de pessoas no Corno de África foram afectadas pela seca, insegurança alimentar crónica e conflitos armados. No Sudão, Chade, República Centro-Africana e República Democrática do Congo estão a ocorrer movimentos de violência e deslocações em massa da população no interior do país e entre países, bem como problemas de acesso humanitário. A situação continua a ser grave também no Zimbabué, onde se acentuou a vulnerabilidade das crianças e mulheres. O Relatório de Acção Humanitária deste ano põe a tónica nas parcerias. Em todos estes países e territórios, a UNICEF actua com vários parceiros para conseguir resultados, nomeadamente com organizações humanitárias, grupos da sociedade civil, os sectores empresarial e privado, e fundações. Nos últimos anos, a UNICEF e seus parceiros têm feito investimentos importantes na redução de riscos, na capacidade de preparação para situações de emergência, em mecanismos de alerta precoce, e sistemas de resposta e recuperação. A natureza das situações de emergência muda incessantemente, o que implica uma adaptação constante do modo de preparação para crises futuras, e uma antecipação eficaz de novos fenómenos para que seja possível uma acção atempada e viável a recuperação. As parcerias da UNICEF podem contribuir para incentivar a inovação, a comunicação, a participação e a definição de programas que melhoram verdadeiramente a situação de um número sempre crescente de crianças carenciadas. “Juntamente com os seus parceiros, a UNICEF continua a procurar meios inovadores para responder às necessidades urgentes das crianças e mulheres em situação de emergência,” afirmou Hilde Johnson. “Só trabalhando em conjunto poderemos cumprir a nossa missão, que consiste em defender e proteger os direitos das crianças, contribuir para a satisfação das suas necessidades básicas e para que possam desenvolver todo o seu potencial.”
(fonte:UNICEF)

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