segunda-feira, maio 24, 2010

Não aprendem...

Jacinto Serrão é uma pessoa extraordinariamente bem colocada, a melhor, para saber o que custa “entrar” em “romarias” que não são as suas e, pior do que isso, deixar-se enganar pelo discurso miserabilista de gente sem escrúpulos que, depois da derrota, lavaram as mãos como Pilatos, viraram-lhe as costas e andaram “mafiosamente” a trai-lo nos bastidores e a procurar nova liderança, mesmo antes do anúncio da demissão. Pensava eu que Jacinto Serrão tinha aprendido a lição, a dura lição, que foi a copiosa derrota sofrida em Maio de 2007 e que tinha percebido as causas e identificado os causadores do discurso patético que conduziu o PS local à derrota, e as suas motivações. Afinal nada disso. Quando há dias li as suas suspeições, conforme notícia no DN do Funchal, sobre os indicadores do Instituto Regional de Emprego, só porque os dados apontam para uma descida do desemprego na Madeira, pondo em causa não o IRE mas o INE – sim, a mesma instituição onde recentemente foram, bater à porta numa patética romagem a pedir que alterasse os critérios de apuramento do PIB regional… - não lembra o diabo mas revela, lamentavelmente, o perfil de quem assim se comporta e a absoluta ausência de qualquer credibilidade. Quando os números convêm, eis as conferências de imprensa e os discursos da treta; quando os indicadores não ajudam, toca a denegrir as instituições que os divulgam. E logo um socialista que certamente nunca olhou para os “indicadores” do governo socialista quanto ao défice das contas públicas e que nunca ouvi referir-se ou denunciar uma deliberada ocultação da realidade motivada por objectivos eleitoralistas, essa sim, como depois se confirmou, a causa de novas medidas que penalizam os cidadãos e que deveriam ser razão mais do que suficiente para que os seus causadores foram afastados da política, proibidos de nele continuem, envolvidos e responderem criminalmente pela incompetência e pelo desleixo que prejudicou o país. Parece-me que Jacinto Serrão, se não quer ser mais do mesmo em 2011, vai ter que mudar muito, mas sobretudo afastar-se de companhias que apenas o prejudicam e que se penduram às suas costas para depois alcançarem objectivos que nem sequer têm rigorosamente nada a ver com o PS e a política. Dúvidas? Pergunte ao seu antecessor que ele explica-lhe tudo.

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