quarta-feira, maio 26, 2010

Banca: subida dos spreads agrava prestação em 230 euros

Escreve a jornalista do Diário Económico, Sandra Almeida Simões que “o spread médio cobrado pelos cinco maiores bancos no crédito para a habitação passou de 1,9% em Janeiro para 2,4% em Maio. Longe vão os tempos de guerra pelos ‘spreads' zero no crédito à habitação. Os valores abaixo de 0,5% terminaram em 2008 com o estalar da pior crise financeira desde a Grande Depressão. E até os ‘spreads' ligeiramente inferiores a 1% - que marcaram o arranque deste ano - já fazem parte do passado. No presente, as margens cobradas pelos cinco maiores bancos nacionais caminham, a passos largos e rápidos, para 2%. Ou, como referiu recentemente o presidente do BCP, "acabou o crédito fácil e barato". O agravamento dos ‘spreads' este ano é de tal forma significativo que contrair hoje um novo crédito à habitação custa, pelo menos, mais 230 euros do que em Janeiro. O ‘spread' mínimo é de 1%, aplicado pelo BCP e Santander Totta, e o máximo de 4,4% do BES, seguido por 4,15% da CGD. Uma realidade que, para os especialistas contactados pelo Diário Económico, não deverá inverter-se enquanto o financiamento da banca portuguesa não ficar mais facilitado. No primeiro dia deste ano, as maiores instituições bancárias - CGD, BCP, Santander Totta, BES e BPI - abriram as portas a cobrar um ‘spread' médio de 1,88% pelas novas operações de crédito à habitação, enquanto actualmente pedem quase 2,4%, ou seja, mais 0,52 pontos percentuais. Feitas as contas, um empréstimo de 150 mil euros, contratado em Janeiro por 30 anos e indexado à Euribor a seis meses, tinha um custo mensal de 622 euros. Em Maio, face ao agravamento dos ‘spreads' médios para 2,4%, traduz-se num encargo de 660 euros. Isto significa que, até à revisão do contrato em Novembro, a factura semestral encarece em quase 230 euros. Os agravamentos nos preçários, que começaram em Fevereiro e já se repetiram em algumas instituições, assumem maior dimensão quando analisados os ‘spreads' mínimos e máximos: a subida nos máximos foi ligeiramente mais acentuada, mas os mínimos já quase quadruplicaram em dois anos, além de estarem cada vez mais inacessíveis. A média dos valores mínimos cobrados ampliou-se de 0,85% para 1,3% desde o início do ano”

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