sexta-feira, maio 28, 2010

...mas spreads» já ultrapassam 4%, o que explica...

Ainda de acordo com a Agência Financeira, "a prestação mensal pode variar quase 300 euros dependendo do perfil de risco. Depois de muito repetirem que o tempo do crédito fácil e barato acabou, os banqueiros portugueses passaram à acção. Nos últimos meses, todos os bancos aumentaram os spreads cobrados aos clientes de crédito à habitação. Actualmente, nenhum dos grandes bancos cobra menos de 1% e, nalguns casos, o valor máximo está bem acima dos 4%. A Agência Financeira fez as contas para perceber qual o impacto dos sucessivos aumentos das margens dos bancos no bolso dos portugueses e chegou a números que podem impressionar os mais sensíveis. Os spreads mais baixos são actualmente praticados pelo Millennium bcp e pelo Santander Totta, e são de 1%, para clientes de risco favorável. No entanto, o Santander Totta deverá aumentar esta taxa no início de Junho para 1,25%. Esse é já o valor cobrado, em termos de speads mínimos, pela CGD e BPI. A margem mínima mais elevada é a do BES, que está nos 2%.
Spreads mínimos aumentaram 45 pontos
Contas feitas, em termos médios, os cinco maiores bancos portugueses estão a cobrar, de spread mínimo, 1,3%. No início do ano, esta média não ia além dos 0,85%, ou seja, em apenas quatro meses deu-se um aumento de 45 pontos base. A explicação é simples: os próprios bancos estão com maiores dificuldades em financiar-se no exterior. O aumento do risco da dívida pública, que tem estado fortemente castigada nas últimas semanas, tem tido reflexos directos no perfil de risco dos bancos portugueses e também eles pagam juros mais altos quando se financiam. Um aumento de custos que é directamente passado para o cliente, através do aumento dos spreads.
Famílias chegam a pagar spreads de 4,4% na habitação
Mais avessos ao risco, os bancos avaliam agora com maior exigência os seus clientes. Para aqueles que apresentam um perfil menos favorável, os spreads máximos cobrados no crédito à habitação são bem mais elevados e atingem valores impensáveis há uns anos atrás: oscilam entre os 2,45% do Santander Totta e os 4,4% do BES. A CGD apresenta o segundo valor mais alto, de 4,15%, enquanto que o BPI cobra 3,35% e o Millennium bcp 3%. A Agência Financeira fez as contas para perceber que impacto tem esta evolução na prestação mensal a pagar pelos portugueses ao banco. Para os contratos existentes os bancos não podem alterar os spreads a não ser em condições muito específicas, pelo que os efeitos penalizam sobretudo as famílias que pedem empréstimos agora. Em Janeiro, uma família com um empréstimo de 150 mil euros a 30 anos indexado à Euribor a seis meses e com um spread de 0,85% (média dos spreads mínimos cobrados pelos cinco maiores bancos no início do ano), pagava uma prestação mensal de 534 euros.
Aumento de spreads faz disparar prestações
Em Maio a média dos spreads mínimos aumentou para 1,3%. O mesmo empréstimo, com a mesma Euribor, tem uma prestação mensal de 553 euros. Um aumento de quase 20 euros/mês. Mas as contas são ainda mais expressivas se fizermos as contas com os spreads médios, em vez de usarmos os valores mínimos. Em Janeiro a média era de 1,9%. O mesmo empréstimo pagaria então 599 euros. Agora é de 2,4%, ou seja, a prestação aumenta para 639 euros, mais 40 euros por mês. Se olharmos para os spreads máximos, aplicados a clientes com maior risco, a média cobrada pelos bancos está nos 3,47%. Para alguém com este spread, o mesmo empréstimo traduz-se numa prestação de mais de 729 euros. Mais 195 euros do que pagam os clientes com spreads mínimos. Usando o mesmo caso, a Agência Financeira resolveu comparar quanto paga actualmente uma família com spread mínimo (1%) e outra com o spread máximo (4,4%). A primeira tem uma prestação mensal de 530,74 euros. A segunda, uma mensalidade de 812,58 euros. Em resumo, dois famílias com o mesmo empréstimo podem ter uma diferença de quase 282 euros na prestação mensal".

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