Fui desafiado a regressar às lides partidárias, um tempo que foi dos mais estimulantes e fantásticos que passei. A política é fantástica e não estamos a falar de um mundo "habitado" apenas por bandidos, corruptos ou oportunistas. Também existem, como em tudo na vida, em todas as actividades, empresas, instituições publicas e privadas, os bons e os maus, os sérios e os mais vulneráveis, etc. Mas confundir a árvore com a floresta é um insulto. Numa família por haver um caso desviante ou alguém tenha cometido erros, essas família não pode ser catalogada apenas por causa disso, fazendo com que todos paguem pelo que apenas um dos seus membros faz de errado. Todos nós conhecemos casos desses, quiçá junto a nós. Tenhamos isso presente na nossa vida e sejamos justos, tolerantes e cumpridores de valores essenciais numa sociedade como a nossa, que não é perfeita, nunca foi perfeita, porventura nunca será perfeita, mas que não merece ser demonizada e achincalhada como por vezes acontece. A política faz-se com partidos que são instituições de utilidade pública. Os partidos constroem-se com pessoas, têm vida graças a ideias, competências e pessoas. Longe vão os tempos em que havia apenas um partido, mesmo que se perceba que, quase 50 anos depois do 25 de Abril, crescem, por desinformação e manipulação, os que acham que devíamos permitir esse insultuoso retrocesso nesta nossa caminhada colectiva, de liberdade e de democracia.
Agradeço o convite e a atenção. A verdade é que estou afastado da política activa desde 2013, por opção pessoal, não por ter sido proscrito. Não mudo de partido, aconteça o que acontecer, muito menos daquele de que sou militante desde 1974, ainda estudante e que nem à tropa tinha ido. Fiz a minha escolha, influenciado por Francisco Sá Carneiro, nunca o escondi.
Contudo, apesar de entender que o PSD-Madeira precisa de gente nova, de ideias refrescadas de mudar muita coisa internamente e de repensar, desde logo, o seu modelo de funcionamento e eventualmente estatutos, limitação temporal do exercício dos mandatos nos órgãos partidários e aprovação de um código de conduta que não diminui antes pelo contrário, dignifica e credibiliza, entendi manter-me neste estado de "adormecimento" assumido, incluindo por razões de saúde que não me recomenda grandes excitações e ansiedades que o quotidiano político nos propicia. Veremos no futuro próximo...
Tenho uma opinião sobre tudo o que se passa, sobre o que deveria ter sido feito, estranho certas decisões, lamento o estado as que se chegou e o que algumas pessoas passam, com as quais estarei sempre solidário porque não sou juiz nem "deus" julgador de ninguém. Se tenho a liberdade de opinião tenho a consciência de que não tenho a legitimidade de querer impor seja o que for porque uma opinião pessoal - tal como uma andorinha não faz a primavera - vale, no contexto de um partido com milhares de militantes e simpatizantes, uma insignificância ou quase zero.
Em democracia não devemos criar obstáculos ao debate e às escolhas alargadas, sem que isso signifique fazer uma escolha, muito menos quando nem conhecemos propostas, ideias, mudanças, inovações, protagonistas, etc.
O que desejo é que o PSD-Madeira, o seu universo militante, se mobilize, participe, debate, sem inibições, e que faça escolhas, preservando sempre o direito ao seu voto secreto, fazendo cada militante a escolha que entender ser a que melhor se identifica com os seus valores e consciência. No caso do PSD-Madeira, a prioridade das prioridades não é aumentar clivagens, colocar pessoas contra pessoas. Acho que estamos num tempo de fragilidades que não se compadece com a preservação de erros. Um partido não precisa nem de salvadores nem tem que ficar refém seja de quem for e do quer for. Um partido é um espaço de liberdade, de afirmação, de debate, de diferença, é uma casa comum que se constrói debaixo para cima, a partir dos alicerces que se exige sejam suficientemente consistentes. Mas temos que saber escolher o melhor, o que melhor defende e preserva um partido que faz parte da história da Madeira e da história de milhares de pessoas, pela mudança realizada. Isso não significas que tudo tenha sido perfeito, não foi, não significa que não tenham sido cometidos erros, foram certamente, e muitos, não significa que não tenham sido feitas más escolhas ou tomadas decisões erradas, foram certamente e não poucas. Mas os partidos são "feitos" por pessoas, com a suas virtudes e fragilidades, não são feitos por anjos ou divindades imaculadas. Significa apenas que o PSD-Madeira sempre esteve na primeira linha do combate, de cara erguida e sem vergonha do seu passado. É isso que temos que saber defender, porque a alternativa pode conduzir-nos para desfechos irremediavelmente fatais. Que não merecemos. Sem que nos sejas permitido julgar os culpados dessa eventualidade. Aliás temos exemplos de sobre noutros partidos locais (LFM)
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