A duas semanas das legislativas, uma
sondagem da Universidade Católica para a RTP, Antena 1 e Público mostra que a Aliança
Democrática (AD) é a força partidária que recolhe mais intenções de voto e é
apontado pela maioria como provável vencedora das eleições de 10 de março.
Apesar de considerarem que Pedro Nuno Santos ganhou o debate contra Montenegro,
a maioria dos inquiridos considera que o líder do PSD seria um melhor primeiro-ministro.
A Aliança Democrática liderada por Luís Montenegro continua a ser apontada como a favorita à vitória na noite eleitoral de 10 de março e as intenções de voto aumentaram, inclusivamente, em relação à sondagem anterior e em relação ao PS. De acordo com a sondagem desta sexta-feira da Universidade Católica, 27% da população inquirida admite que marcaria um X na coligação PSD/CDS/PPM no boletim de voto, mais quatro pontos percentuais em relação à última sondagem, de 5 de fevereiro.
O PS surge em segundo lugar, com 22% de intenções de voto (mais 2 pontos percentuais em relação às últimas sondagens). O Chega aparece como terceira força política com 13% (menos um ponto percentual), seguindo-se a IL, BE, Livre, CDU e PAN. Convertendo estas intenções de voto em estimativas de resultados eleitorais, estas percentagens traduzir-se-iam numa vitória para uma AD com 35% dos votos (mais três pontos percentuais do que nas últimas sondagens).
O PS surge em segundo lugar, com 29% dos
votos (menos um ponto percentual). Segue-se o Chega com 17% (dois pontos
percentuais abaixo do último estudo de opinião), a IL (6%), o BE (4%), o Livre
(3%), a CDU (2%) e o PAN (1%). Estima-se ainda 3% de votos brancos, nulos ou
noutros partidos.
Questionados sobre quem acham que vai ser o
partido mais votado nas próximas eleições, independentemente das suas
preferências partidárias, 41% responde a AD e 38% o PS. Apenas 4% considera que
o Chega será o partido mais votado e 17% disse não saber ou não respondeu.
Montenegro apontado como melhor
primeiro-ministro
Questionados sobre quem seria melhor
primeiro-ministro, 46% dos 1284 inquiridos votaram em Luís Montenegro e34% em
Pedro Nuno Santos. Vinte por cento disse não saber ou não respondeu.
No entanto, no frente a frente entre os
dois líderes dos principais partidos, na segunda-feira, os inquiridos que viram
o debate consideram que Pedro Nuno Santos foi quem esteve melhor. A maioria
(33%), porém, disse não ter visto o debate e 10% apontam para um empate.
Em relação aos restantes confrontos, cerca
de um quarto dos inquiridos disse não ter visto nem acompanhado. Entre os indecisos,
essa percentagem sobe para cerca de um terço.
A maioria (77%) viu pelo menos um debate.
Vinte por cento admite ter visto “um ou dois”, 13% “menos de metade” e14% diz
ter acompanhado “quase todos”. Apenas 5% dos inquiridos diz ter visto todos os
debates.
Mais indecisos entre o eleitorado que votou
à esquerda
Após estudar para onde estão a ir os votos
de 2022 e qual a probabilidade dos eleitores de votarem nos vários partidos, a
sondagem da Católica conclui que há uma maior indecisão entre o eleitorado que
votou à esquerda nas últimas legislativas em comparação com o eleitorado que
votou à direita.
Dos eleitores que hoje votariam no PS, 57%
votou no Partido Socialista há dois anos e 21% no Bloco de Esquerda. Entre os
votantes do PS em 2022, 49% consideram “muito provável” voltar a atribuir o
voto aos socialistas nestas eleições e 46% “nada provável” votar na AD.
Já os eleitores que votaram PSD ou CDS em 2022 são mais unânimes na rejeição de um voto no PS – 70% responde que é “nada provável” votar nos socialistas e 61% diz ser “muito provável” colocar um X na AD. No caso da Aliança Democráticas, 74% dos eleitores que admitem votar agora na coligação atribuíram o voto ao PSD há dois anos, 71% ao CDS e 26% à Iniciativa Liberal. O Chega é o partido que mais retém o seu eleitorado de 2022 (86%) e continua a ser aquele que mais voto vai buscar à abstenção (21%).
A sondagem mostra ainda que 82% dos
inquiridos respondeu que “de certeza vai votar” no dia 10 de março. No entanto,
a Universidade Católica ressalva que “podemos assumir que essa percentagem será
menor entre aqueles que não aceitaram participar” na sondagem. Por este motivo,
salienta a Católica que “não é possível prever um valor para a abstenção”.
Ficha técnica
Este inquérito foi realizado pelo
CESOP–Universidade Católica Portuguesa para a RTP, Antena 1 e Público entre os
dias19 e 21 de fevereiro de 2024. O universo alvo é composto pelos eleitores
residentes em Portugal. Os inquiridos foram selecionados aleatoriamente a
partir duma lista de números de telemóvel, também ela gerada de forma
aleatória. Todas as entrevistas foram efetuadas por telefone (CATI). Os
inquiridos foram informados do objetivo do estudo e demonstraram vontade de
participar. Foram obtidos 1284 inquéritos válidos, sendo 46% dos inquiridos
mulheres.
Distribuição geográfica: 32% da região Norte, 23% do Centro, 31% da A.M. de Lisboa, 6% do Alentejo, 4% do Algarve, 3% da Madeira e 1% dos Açores. Todos os resultados obtidos foram depois ponderados de acordo com a distribuição da população por sexo, escalões etários e região com base nos dados do recenseamento eleitoral. A taxa de resposta foide 39%*. A margem de erro máximo associado a uma amostra aleatória de 1284 inquiridos é de 2,7%, com um nível de confiança de 95%. Foram contactadas 3265 pessoas. De entre estas, 1284 aceitaram participar na sondagem e responderam até ao fim do questionário (RTP, texto da jornalista Mariana Ribeiro Soares e grafismo de Sara Piteira)
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