quinta-feira, novembro 11, 2021

Nota: por mim, façam a trampa que entenderem

Quanto defendo que PSD e CDS devem concorrer sozinhos faço-o, para alem de questões ideológicas de princípio, por achar que em eleições de círculo único como são as legislativas (e deputados) ou as europeias (pior ainda) há que haver um leque variável de opções eleitorais. Uma advertência: as pessoas não devem confundir, eu não confundo, coligações pré-eleitorais que escondem tanta coisa (incluindo o medo do enxovalho de uma derrota)  com coligações pós-eleitorais quando está em causa o poder e apenas o poder. São cosias diferentes. E sobre isso, tal como valeu na geringonça em 2015 em Lisboa, também valeu na "salada russa" açoriana em 2020. Uma coisa é certa: tal como reconheço legitimidade aos eleitores do PSD e do CDS em não votarem numa coligação pré-eleitoral condenada ao fracasso (no caso das legislativas nacionais, é delas que falo por que das regionais nem quero ainda pensar nesse desastre), como lhes reconheço o direito a reclamarem a demissão dos líderes que envolveram os seus partidos numa negociata falhada apostada apenas no poder.

Uma nota final: por mim façam a trampa que entenderem. Não me aquece nem me arrefere. Já não, infelizmente. Eu sempre acreditei - mais recentemente deixei de acreditar - que uma pessoa tinha sempre um partido que que o seu, diferente dos demais, que lutava pelos seus meios, mostrando o que vale, um partido que nas urnas, ou se votava nele ou abstínhamo-nos de votar. Hoje as alternativas são muitas - lamentavelmente todas saídas do PSD e que na versão original foram todas lideradas por figuras ex-PSD... - e tenho para mim, cada vez mais, que a Iniciativa Liberal - que tanto incomoda as lideranças do PSD e do CDS, sobretudo deste - caso levasse a política a sério, no terreno, na estrutura interna, no funcionamento, na comunicação, na política levada para o terreno ao encontro das pessoas, abandonando a lógica comodista da política de sofá ou virada para o espaço mediático ou as redes sociais que náo dão votos (as autárquicas no Funchal e em Lisboa mostraram isso há pouco tempo) a coisa ficaria bem mais ameaçadora para PSD e CDS. Incluindo na Madeira. Portanto, sejam felizes, casem-se, descasem-se, vão para a cama, ponham os cornos uns aos outros, namorem à janela ou à luz da vela em locais elitistas ou "brasonados". Não me aquece nem me arrefece nada. Mas não sejam mentirosos, não enganem as pessoas, não distorçam, não manipulem, tenham um pingo de vergonha na cara, respeitem e dignifiquem a política e a inteligência e a liberdade das pessoas, dos eleitores, dos cidadãos em geral. E deixem de andar a vender notícias para a comunicação social (foram muitos anos de experiência no esgoto no passado recente, a denegrir pessoas, não foi?) a branquear intenções ou a vender teses falsificadas (LFM)

Sem comentários: