quarta-feira, fevereiro 17, 2021

Investigadores detetam «anomalia significativa nos olhos» ligada à covid-19

 


Um grupo de investigadores franceses encontrou, através de ressonâncias magnéticas, «anomalias significativas nos olhos de algumas pessoas que tiveram covid-19 grave», de acordo com um novo estudo publicado esta terça-feira na revista Radiologia. Os resultados da investigação apoiam a necessidade de se fazer um exame oftalmológico a estes pacientes, para tratar as manifestações oftalmológicas potencialmente graves causadas pela covid-19. O novo coronavírus infetou quase 110 milhões de pessoas desde o início da pandemia. Embora o vírus ataque principalmente os pulmões, também tem estado ligado a algumas anomalias oculares tais como conjuntivite e retinopatia (uma doença da retina que pode levar à perda da visão). Têm sido relatadas anomalias oculares visíveis em algumas ressonâncias magnéticas, mas a investigação sobre a natureza e frequência destas alterações ainda é limitada. Para saber mais, a Sociedade Francesa de Neurorradiologia iniciou um estudo a 129 pacientes com covid-19 grave que foram submetidos a uma ressonância magnética cerebral. Dos 129 pacientes, nove (7%) tiveram resultados anormais na ressonância magnética do globo ocular, sendo que oito dos nove pacientes tinham passado algum tempo em unidades de cuidados intensivos com covid-19.

“Mostrámos que alguns pacientes com covid-19 grave tinham um ou mais nódulos no pólo posterior do globo ocular”, disse o autor principal do estudo, Augustin Lecler, professor da Universidade de Paris e neuroradiologista do Departamento de Neuroradiologia do Hospital da Fundação Adolphe de Rothschild em Paris. Todos os nove pacientes tinham nódulos na região macular, a área na parte de trás do olho responsável pela visão central. Oito tinham nódulos em ambos os olhos. Os resultados sugerem que todos os pacientes com covid-19 grave devem ser considerados para o rastreio destes nódulos. Na prática clínica, essa triagem podia incluir uma ressonância magnética de alta resolução aos olhos, disseram ainda os investigadores (Executive Digest, texto da jornalista Mara Tribuna)

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