As
empresas podiam não estar preparadas para a pandemia de Covid-19, mas a
surpresa provocada pelo novo coronavírus poderá ter ajudado a prevenir situações
futuras. O “Deloitte Resilience Report 2021” mostra que mais de 60% dos líderes
globais com cargos de administração de C-level (CEO ou CFO, por exemplo)
considera que disrupções como a pandemia actual poderão ser sentidas ocasional
ou regularmente no futuro.
O mesmo estudo, realizado com base nas respostas de líderes empresariais de 21 países e de diferentes sectores, mostra que as organizações resilientes estão melhor posicionadas para superar disrupções e repor a normalidade no pós-pandemia. São consideradas resilientes as organizações com mindsets e culturas flexíveis, adaptáveis, inovadoras e de longo prazo. Embora a maioria dos inquiridos acredite que as disrupções se podem tornar a norma, menos de um terço está totalmente confiante das capacidades de adaptação e resposta rápida das suas organizações a ameaças futuras. Antes de 2020, somente 24% dos executivos C-level se sentiam completamente preparados para liderar durante potenciais disrupções. Com a pandemia, esse número saltou para 34%. Verifica-se também uma subida de 21% para 30% relativamente aos líderes confiantes nas capacidades de adaptação das suas empresas.
“Os
CXOs referem, de forma perentória, que as perturbações de mercado não estão a
desaparecer. Aliás, três quartos dos participantes dizem acreditar que a crise
climática é de magnitude semelhante ou maior por comparação com a pandemia
COVID-19”, revela ainda a Deloitte. As alterações climáticas deverão mesmo ser
o principal desafio da próxima década.
Líderes
portugueses optimistas
Em Portugal, cerca de metade dos líderes que participaram no “Deloitte Resilience Report 2021” afirma que, no ano passado, o impacto da Covid-19 no volume de negócios da respectiva organização foi muito negativo e que o investimento também foi, de maneira geral, impactado. No entanto, optimismo parece ser palavra de ordem: dentro de três meses, 53% dos inquiridos espera um impacto neutro no volume de negócios; dentro de 12 meses, 53% espera um aumento de 25%. Segundo a Deloitte, o cenário é mais pessimista quando o tema é recursos humanos. Embora o desempenho pareça não ter sido muito afectado, 60% dos executivos portugueses revela que a pandemia já teve consequências em termos do número de colaboradores. Nos próximos três meses, cerca de um quarto dos CEOs prevê uma redução de 25% do número de colaboradores e, dentro de 12 meses, praticamente metade dos CEOs prevê um corte de 25%.
«Os
desafios dos últimos doze meses têm sido únicos e implacáveis. A confluência de
uma pandemia sanitária global, agitação social e política, e o agravamento dos
acontecimentos climáticos tem apresentado às organizações escolhas difíceis,
novas formas de operar, e mudanças estratégicas fundamentais. E, neste âmbito,
as organizações que planeiam e investem na antecipação estarão certamente
melhor posicionadas para prosperar no futuro, tanto em Portugal como no Mundo»,
sublinha Miguel Eiras Antunes, partner da Deloitte e líder de Government &
Public Services da Deloitte (Executive Digest, texto da jornalista Filipa Almeida)
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