sábado, abril 11, 2020

Nota: será que a oposição a António Costa está a ver bem o puzzle?

Depois de ouvir e ler ontem duas entrevistas de António Costa (TVI e Lusa), e conhecendo o "animal político" que ele é e a experiência de bastidores que várias dezenas de anos de militância propiciam, acho muito sinceramente que Rio ainda não percebeu uma coisa importante e muito determinante no futuro próximo e a médio prazo: se Costa e o seu governo saírem de forma airosa desta crise pandémica, se os estilhaços da crise em termos sanitários, financeiros/orçamentais e sociais forem controlados e invertidos sem consequências dramáticas como as que em 2011 foram impostas pela troika e ampliadas pelo governo de Passos e do CDS que tomou o poder de assalto nesses tempos, duvido que ao PSD, e demais partidos, não reste outra alternativa que não seja a de comprarem uns confortáveis cadeirões de descanso para se deitarem nelas e se esticarem bem esticadinhos, porque essa "quarentena" política vai ser bem prolongada, bem dolorosa para muitos protagonistas do sistema partidário. Não se esqueçam do que estou a dizer hoje e, mais do que siso, não se esqueçam dos factores que enumerei que podem suscitar essa situação.
Obviamente que António Costa, que é um "rato" experimentado e não um "patinho", sabe quais são os perigos que esta crise pode gerar e os riscos que o governo dele corre, caso seja obrigado a tomar medidas extremas, com impacto social doloroso, e que depois destes dias de confinamento obrigatório e de perda de rendimento para milhares de famílias, gerariam inevitáveis reacções adversas das pessoas, independentemente do sucesso que em termos sanitários o combate à pandemia tenha propiciado ao governo.
Portanto, se me perguntarem hoje, num tempo em que tudo está paralisado no país pelos motivos conhecidos, a que se associa a desconfiança de que Portugal (e muitos outros países) não terá recursos financeiros suficientes para responder em termos de flexibilidade orçamental às necessidades que se vão prolongar no tempo, a minha resposta é apenas uma: não sei responder a isso! O tempo o dirá. Sei apenas que dificilmente conseguiremos dar a volta sem recebermos apoio da banca e da Europa (LFM)

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