Resolvi
ler mais calmamente a Mensagem Urbi et Orbi do Papa Chico, distribuída por ocasião
da PÁSCOA 2020,da qual retive muitas ideias que a comunicação social deu
particular destaque:
-
“(…) Um mundo a braços com desafios
epocais e agora oprimido pela pandemia, que coloca a dura prova a nossa grande família humana (…)”
-
“(…) Hoje penso sobretudo em quantos foram atingidos diretamente pelo
coronavírus: os doentes, os que morreram e os familiares que choram a partida
dos seus queridos e por vezes sem conseguir sequer dizer-lhes o último adeus. Para
muitos, é uma Páscoa de solidão, vivida entre lutos e tantos incómodos que a
pandemia está a causar (…)”
- “Jesus
dê força e esperança aos médicos e enfermeiros, que por todo o lado oferecem um
testemunho de solicitude e amor ao próximo até ao extremo das forças e, por vezes,
até ao sacrifício da própria saúde. Para eles, bem como para quantos trabalham assiduamente
para garantir os serviços essenciais necessários à convivência civil, para as
forças da ordem e os militares que em muitos países contribuíram para aliviar
as dificuldades e tribulações da população, vai a nossa saudação afetuosa juntamente
com a nossa gratidão (…)”
-
(…)”Nestas semanas, alterou-se improvisamente a vida de milhões de pessoas.
Para muitos, ficar em casa foi uma ocasião para refletir, parar os ritmos
frenéticos da vida, permanecer com os próprios familiares e desfrutar da sua
companhia. Mas, para muitos outros, é também um momento de preocupação pelo
futuro que se apresenta incerto, pelo emprego que se corre o risco de perder e pelas
outras consequências que acarreta a atual crise (…)”
-
(…)”Encorajo todas as pessoas que detêm responsabilidades políticas a trabalhar
ativamente em prol do bem comum dos cidadãos, fornecendo os meios e
instrumentos necessários para permitir a todos que levem uma vida digna e
favorecer – logo que as circunstâncias o permitam – a retoma das atividades
diárias habituais. Este não é tempo para a indiferença, porque o mundo inteiro
está a sofrer e deve sentir-se unido ao enfrentar a pandemia (…)”
-
(…) “Jesus ressuscitado dê esperança a todos os pobres, a quantos vivem nas
periferias, aos refugiados e aos sem-abrigo. Não sejam deixados sozinhos estes
irmãos e irmãs mais frágeis, que povoam as cidades e as periferias de todas as
partes do mundo. Não lhes deixemos faltar os bens de primeira necessidade, mais
difíceis de encontrar agora que muitas atividades estão encerradas, bem como os
medicamentos e sobretudo a possibilidade duma assistência sanitária adequada (…)”
-
(…) “Em consideração das presentes circunstâncias, sejam abrandadas também as
sanções internacionais que impedem os países visados de proporcionar apoio
adequado aos seus cidadãos e seja permitido a todos os Estados acudir às
maiores necessidades do momento atual, reduzindo – se não mesmo perdoando – a
dívida que pesa sobre os orçamentos dos mais pobres. Este
não é tempo para egoísmos, pois o desafio que enfrentamos nos une a todos e não
faz distinção de pessoas (…)”.
-
(…) “Dentre as muitas áreas do mundo afetadas pelo coronavírus, penso de modo
especial na Europa. Depois da II Guerra Mundial, este Continente pôde ressurgir
graças a um espírito concreto de solidariedade, que lhe permitiu superar as
rivalidades do passado. É muito urgente, sobretudo nas circunstâncias
presentes, que tais rivalidades não retomem vigor; antes, pelo contrário, todos
se reconheçam como parte duma única família e se apoiem mutuamente. Hoje, à sua
frente, a União Europeia tem um desafio epocal, de que dependerá não apenas o
futuro dela, mas também o do mundo inteiro. Não se perca esta ocasião para dar
nova prova de solidariedade, inclusive recorrendo a soluções inovadoras. Como
alternativa, resta apenas o egoísmo dos interesses particulares e a tentação
dum regresso ao passado, com o risco de colocar a dura prova a convivência
pacífica e o progresso das próximas gerações. Este não é tempo para divisões(…)”.
-
(…) “Cristo, nossa paz, ilumine a quantos têm responsabilidades nos conflitos,
para que tenham a coragem de aderir ao apelo a um cessar-fogo global e imediato
em todos os cantos do mundo. Este não é tempo para continuar a fabricar e
comercializar armas, gastando somas enormes que deveriam ser usadas para cuidar
das pessoas e salvar vidas. Ao contrário, seja o tempo em que finalmente se
ponha termo à longa guerra que ensanguentou a amada Síria, ao conflito no Iémen
e às tensões no Iraque, bem como no Líbano. Seja este o tempo em que retomem o
diálogo israelitas e palestinenses para encontrar uma solução estável e duradoura
que permita a ambos os povos viverem em paz. Cessem os sofrimentos da população
que vive nas regiões orientais da Ucrânia. Ponha-se termo aos ataques
terroristas perpetrados contra
tantas pessoas inocentes em vários países da África. Este não é tempo para o
esquecimento. A crise que estamos a enfrentar não nos faça esquecer muitas
outras emergências que acarretam sofrimentos a tantas pessoas. Que o Senhor da
vida Se mostre próximo das populações da Ásia e da África que estão a atravessar
graves crises humanitárias, como na Região de Cabo Delgado, no norte de
Moçambique. Acalente o coração das inúmeras pessoas refugiadas e deslocadas por
causa de guerras, seca e carestia. Proteja os inúmeros migrantes e refugiados,
muitos deles crianças, que vivem em condições insuportáveis, especialmente na
Líbia e na fronteira entre a Grécia e a Turquia. E não quero esquecer a ilha de
Lesbos. Faça com que na Venezuela se chegue a soluções concretas e imediatas,
destinadas a permitir a ajuda internacional à população que sofre por causa da
grave conjuntura política, socioeconómica e sanitária(…)”.
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