Violência doméstica! Para a direita e para a esquerda. Basta que um caso dramático ocorra e que seja mediatizado e vão todos a correr atrás do tema e dos prejuízos. E depois, o que fica desse blá-blá-blá? O que fica de concreto, o que muda na realidade, no quotidiano, no sofrimento das mulheres que são as principais vítimas desse fenómeno social cada vez mais agressivo, descontrolado, doentio e violento? Nada, tudo continua na mesma. O blá-blá-blá nas televisões, o tempo perdido nos jornais, nada resolve. Tudo somado, nada resolve. Porquê? Porque é a justiça quem tem que ter a palavra, é a lei que tem que ajudar as vítimas e ser muito mais punitiva, exemplarmente mais punitiva, para com os agressores. Somos todos nós que temos que mudar, enquanto sociedade organizada, com valores, regras e princípios, uma sociedade que tem o dever de ser menos tolerante e de se calar menos perante o que vê ou ouve à sua volta, sendo mais activa, reagindo, em vez de optar pelo silêncio e pela passividade. Se esta mudança de mentalidade e de atitude existir, se as pessoas se consciencializarem que só o colectivo ajuda cada uma das suas partes, ainda podemos pensar em mudança. Caso contrário, depois do blá-blá-blá do costume segue-se o silêncio, e caímos todos na hipocrisia colectiva de ignorar a realidade, esperando calmamente até que nova agressão e novas vítimas comecem a encher as páginas de jornais ou os telejornais das televisões. E tudo volta a ser como antes, num círculo vicioso que se repete sempre e quando há sangue derramado. Porque há meios de comunicação para os quais tratar um assunto sério e dramático como este, mais do que ter subjacente a lógica de despertar consciências e impor uma adequada pedagogia social, apostam apenas no sensacionalismo levado ao extremo, porque só lhes importam as audiências, as vendas ou as disputas de shares, porque as receitas da publicidade vivem disso e seguem esses indicadores. O resto é a farsa do costume que ninguém tem a coragem de reconhecer, denunciar e mudar.Pensem nisso (LFM)
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