domingo, fevereiro 03, 2019

Nota: por favor, nada de tiros-nos-pés

Peço desculpa mas há que ter muito cuidado com o combate (e debate) político. Eu ainda não entendi bem os contornos do que se passou na disputa entre o GRM e o subsídio de mobilidade para os estudantes universitários madeirenses.
Acho que as pessoas não ficam nada esclarecidas quando abordam este tema muito importante, porque interessa a milhares de pessoas - e o  GRM corre o risco de ver generalizada essa suspeição de manipulação do debate. Pior do que isso, temo que as pessoas encontrem argumentos que poderão fundamentar a suspeita de que a dialéctica política do discurso contra as patifarias do poder central em Lisboa (algo que não é novo, pois subsiste desde 1976 quando a autonomia regional deu os primeiros passos constitucionalmente falando) afinal assenta em contradições e pilares de barro.
Uma vez mais, e de novo num outro sector importante, acho que a comunicação política e institucional do executivo falha, porque estas coisas nada têm a ver com as idiotices de alguns iluminados que acham que as redes sociais são o centro do mundo, que são elas que tudo resolvem e informem, quando na realidade não passam do umbigo distorcido dessa gente. As redes sociais também se podem transformar na "cova" de muitos políticos incompetentes mas que se julgam iluminados quando se olham ao espelho todos os dias antes de saírem de casa.
Retomando o assunto, acho que a opinião pública ficou estupefacta e confundida com a "guerra" (falamos de procedimentos) entre o GRM e os CTT, uma empresa que foi vendida pela bandalheira dos tempos da troika (Passos e Portas) ao desbarato, que soma milhões de prejuízos mas paga milhões em dividendos aos administradores e que é liderada por um tal Francisco Lacerda, o dos melhores amigos do primeiro-ministro António Costa (esqueceram-se disso?) e que continua a ser uma personagem misteriosamente intrigante neste mundo gerido pelas espertezas saloias da geringonça que enche os bolsos das pessoas com esmolas (mas acaba por as tirar por via fiscal) e acha que as consegue manipular quando forem votar.
Uma guerra entre o GRM e uma empresa cujo serviço se degradou a olhos-vistos, que é criticada quase todos os dias pelo país todo, que encerra balcões, que soma prejuízos milionários atrás de prejuízos milionários, que paga milhões aos administradores, etc, só pode prejudicar o  GRM.
Sucede que quando é publicada uma notícia na imprensa sobre um alegado boicote dos CTT aos procedimentos negociados pelo GRM em termos de aplicação do subsídio de mobilidade para os estudantes universidades, e quando há depois um debate parlamentar politicamente radicalizado em torno deste tema, e depois, de forma discreta, se clarificam disposições constantes da tal portaria relacionada com o referido subsídio de mobilidade, alguma coisa falhou.  A par do facto de que os CTT não são uma empresa onde a Região tenha qualquer competência e poder de intervenção, no fundo repetindo o que se passa com a TAP, outra venda da bandalheira nos tempos da troika (Passos e Portas), com a agravante, neste caso, dessa venda ter sido formalizada depois de saberem que seriam escorraçados da governação!
Basicamente o que recomendo é cautela para que as "guerras", que continuam a fazer sentido para que a Autonomia possa ganhar alguma coisa do poder em  Lisboa, sejam devidamente preparadas e não deixem pontas soltas que apenas alimentam a confusão e suscitam interrogações e desconfianças por parte das pessoas que estão fartas de impasses e querem apenas soluções concretas. É um conselho que me parece importante e lógico quando é sabido que a RAM não está em condições de usar tiros de pólvora-seca (LFM)

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