Confesso que
quando li hoje no digital Funchal Notícias a informação de que o PSD-M tinha
realizado uma espécie de "sondagem" interna para tentar saber qual o
candidato que reunia melhores condições para integrar a lista ao Parlamento
Europeu, apanhei um susto. Fiquei quase como uma galinha a ver um filme de
terror, tendo o lobo como protagonista principal. Aterrorizado.
É fácil perceber
a minha estupefacção. Estas "sondagens" internas valem zero. Mal seria do PSD-M se não tivesse a certeza - e temo que não tenha mesmo - de que os seus
militantes e simpatizantes votariam sempre no partido independentemente dos candidatos. No caso das europeias, temos que relativizar este estranho puzzle, separando a realidade concreta
da ficção que é vendida através dos meios de comunicação social. A dada altura
confunde-se tudo, inclusivé pressões organizadas e a promoção pessoal.
Por isso, se essa
dúvida e esse medo fosse verdadeiro, isso significaria que o partido estava a
definhar. Eu ainda acredito nessa fidelidade, apesar de saber que em 2014 o PSD
obteve o pior resultado de sempre em eleições europeias e que nesse ano
registou também a mais elevada taxa de abstenção de sempre numa região,
a RAM, que era habitualmente daquelas
que menos abstencionismo registava.
O meu
"terror" resulta essencialmente do facto de me lembrar das
"sondagens" e demais idiotices a elas associadas, promovidas (ou alegadamente promovidas?) por
ocasião das autárquicas de 2017 e que se revelaram um desastre, tendo sido
nalguns casos a causa do caos eleitoral e da derrota (e dispenso-me de falar em nomes e em situações reais). Porque, de facto, não há "sondagem" nenhuma, ninguém vota em ninguém, não há uma consulta séria e que
cumpra todos os requisitos. Nem há necessidade pelos motivos apontados. O PSD-M ganha ou perde eleições em função dos votos dos eleitores, não dos seus militantes e simpatizantes que se presume serem seus eleitores. Há um boca-a-boca que obviamente é manipulável por grupos de interesses e pressões organizadas, que retiram qualquer fiabilidade a uma iniciativa desta natureza que até acho que fica mal ao PSD-M, por razões históricas.
Quando se sabe o
desastre que foram as autárquicas e particularmente o desastre que foram as
escolhas feitas em..."sondagens" desta natureza, percebe-se
facilmente que eu tenha ficado arrepiado com a notícia por temer que seja mais do
mesmo, não propriamente uma idiotice, mais uma, mas um procedimento que peca
absolutamente por falta de verdade e de razoabilidade. E dispensável!
Nesse caso,
gostaria de saber, por exemplo, se vamos ter "sondagens" também para definir a
composição da lista de candidatos a deputados regionais em Setembro próximo? E se para a elaboração da lista de candidatos a deputados ao parlamento nacional, em Outubro, também teremos
outra "sondagem"? Não brinquem por favor com coisas sérias.
Concentrem-se e não repitam erros do
passado recente que, repito, foram a causa do desastre eleitoral do PSD-M pelo qual ninguém foi culpado... Valeu? (LFM)
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