No momento em que a Venezuela atravessa uma grave crise económica e
social, com escassez generalizada, hiperinflação e um êxodo de quase quatro
milhões de pessoas num país com cerca de 32 milhões de habitantes, o Presidente
venezuelano Nicolaas Maduro deu uma entrevista à Euronews. Maduro acusa a União
Europeia de parcialidade e de ceder a Donald Trump. Nicolás Maduro, Presidente
da Venezuela: Acredito que Frederica Mogherini e os governos da UE cometeram um
grande erro com a Venezuela. Eles ouviram apenas um lado, prestaram atenção
apenas a um lado. Eles não ouviram o país inteiro que quer paz, diálogo,
compreensão, respeito. E não nos ouviu, nós que temos uma voz de verdadeiro
poder. Acredito que a Europa se associou cegamente às más políticas de Donald
Trump - a política de Trump descartou a NATO, os governos da UE e a UE. Trump
torceu o braço e impôs a sua política que prejudicou a Venezuela. Maduro acusa
a oposição que está nas ruas de tentar levar a cabo um golpe de estado e diz
que Juan Guaidó, líder da Assembleia Nacional e autoproclamado Presidente
interino da Venezuela, é algo passageiro. Nicolás Maduro: Foi uma loucura. Eles
queriam um golpe militar, mas falharam. Estavam a jogar a carta do golpe de
Estado militar, mas acabou. Euronews, Anelise Borges: Acha que eles falharam?
Nicolás Maduro: Tenho conhecimento, sei o que digo. Euronews: Mas eles ainda
estão nas ruas ... Nicolás Maduro: Pois que continuem. Eles podem ficar nas
ruas o tempo que quiserem. Não é a primeira vez. Entre 2002 e 2003, durante o
golpe do Comandante Chávez, eles manifestaram-se três vezes por dia, durante
mais de cem dias. Que continuem. Em 2018 estiveram nas ruas durantre 120 dias
completos. Eles têm o direito de o fazer. Que protestem, que reclamem, mas
sempre pacificamente. Faz parte do que eu chamo na Venezuela de democracia
mobilizada. Eles mobilizam, nós mobilizamos e tudo bem se for pacificamente.
Euronews: Então, não há negociações em curso com Guaidó? Nicolás Maduro: Ele
não é a oposição. Nós temos de falar sobre a oposição como um todo. Ele
(Guaidó) é algo temporário. A oposição, o que eles pensam, tem que ser tratada
como um todo. Euronews: Estão a falar com a oposição? Nicolás Maduro: Sempre.
Não foi tornado público mas temos canais de conversação e entendimento.
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