No Passeio da Fama brilha mais uma estrela, a primeira, na história de Hollywood, atribuída a um venezuelano. Após 10 anos à frente da Orquestra Filarmónica de Los Angeles, Gustavo Dudamel foi reconhecido, esta terça-feira, pelo percurso enquanto maestro. No entanto, foi enquanto cidadão que aproveitou a oportunidade para discursar, tecer críticas ao Governo de Nicolás Maduro e apelar à participação na manifestação nacional, convada para esta quarta-feira. "A Venezuela vive uma situação política e social inaceitável. Temos de continuar a lutar, agora mais que nunca, pela mudança que o nosso povo merece. Amanhã é crucial e amanhã a imensa voz da maioria deve ser escutada e respeitada", declarou o maestro durante o discurso de aceitação do prémio. Dudamel tem-se mostrado crítico do regime de Maduro desde a morte, no ano passado, de um membro das orquestras juvenis da Venezuela durante uma manifestação contra o governo. Mas enquanto de Hollywood chegavam apelos à participação na manifestação nacional convocada para esta quarta-feira, Lisboa mostrava-se apreensiva com os protestos. No dia anterior (21), também o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, fazia um apelo aos portugueses e lusodescendentes na Venezuela. "Nós apelamos a que essas manifestações decorram pacificamente e aconselhamos os portugueses e lusodescendentes residentes na Venezuela a terem os habituais cuidados de segurança nestas ocasiões", afirmou. Protestos violentos têm tomado várias cidades na Venezuela, nas vésperas da jornada antichavismo, uma manifestação nacional convocada pela oposição de Maduro. Ao mesmo tempo que chamam às ruas manifestantes contra o governo, os opositores ao regime mandaram a Washington um representante para manter a Venezuela no Conselho Permanente da Organização dos Estados Americanos e discutir a crise no país.
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