O apoio dos militares é mais importante que nunca para Nicolás Maduro e poderá decidir o braço de ferro com Juan Guaidó. Em visita à base militar do Forte Tiuna, o presidente venezuelano exigiu justiça para os traidores mas garantiu estar aberto ao diálogo com a oposição e acusou os Estados Unidos de estarem por trás da autoproclamação de Guaidó: "É apenas a frustração da Casa Branca porque eles não conseguem controlar a Venezuela, é muito delicado. O que é que estou a fazer? A exercer a minha liderança; a ser o Comandante-em-chefe constitucional." Apesar do antagonismo norte-americano e do ultimato europeu, Nicolás Maduro está longe de estar sozinho. Afinal de contas tem um aliado de peso: "Temos o apoio da Rússia a todos os níveis e recebemo-lo com alegria e gratidão. O que é que pedi ao presidente Putin? Que estivesse em permanente contacto." As declarações de Maduro foram proferidas a uma agência de notícias russa. Não foi coincidência, o discurso de Moscovo é bastante semelhante ao de Caracas. O ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, refere que o objetivo do seu país passa por "criar condições para o diálogo entre o governo (venezuelano) e a oposição" e que falaram sobre isso "com os nossos parceiros venezuelanos, com a República Popular da China, com os países latino-americanos e com os europeus". E se Maduro procurou apoio em Moscovo, Juan Guaidó fez o mesmo em Washington. Venezuela é cada vez mais o palco por excelência da guerra fria dos novos tempos.
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