Reconheço que eu fui sempre um descrente sobre a amplitude do uso que seria dado ao barco nas ligações de passageiros entre a RAM e o Continente para além dos meses de Verão. As características do mar entre a Madeira e o Continente durante muitos meses do ano, o facto da operação ser efectuada para Portimão, com toda a desvantagem daí resultante - e isto nada tem a ver com Portimão cidade a que estou ligado sentimental e familiarmente - a perspectva de redução dos custos das tarifas aéreas, o subsídio de mobilidade que coloca o madeirense a suportar apenas 86 euros dessa ligação aérea, etc, eram factores que sustentavam (e sustentam) a minha perspectiva quanto a este tema. A verdade é que reconheço que a procura - sem ter sido significativa ao posto de justificar a rentabilidade e a viabilidade económica da operação - superou o esperado em grande medida devido aos vergonhosos preços cartelizados das viagens que são praticados pelas companhias aéreas perante o silêncio cúmplice de quem tinha a obrigação, moral, ética, política e governativa, de intervir. Não me admira nada, mesmo nada, que para além do comodismo de poder levar o carro próprio em férias, mesmo contando como o facto de ele ter como porto de destino continental a referida cidade de Portimão, que foram as companhias aéreas a sua sacanagem e javardice tarifária que desviaram muitos dos passageiros que acabaram por utilizar o barco (com uma operação estabilizada e com a promoção atempada da mesma, admito que os meses de Verão possam registar maior procura por parte de continentais que queiram vir à Madeira, penalizando as companhias aéreas, não duvido disso).
Não sou marinheiro - reconheço que nunca foi o meu forte e até podia treinar todos os dias caso quisesse esse meu "defeito"... - mas pelo que ouvi e li, apesar de algumas questões passíveis de críticas e que precisam ser revistas - em termos de limpeza, refeições e comodidade dos passageiros para uma viagem de 24 horas - o barco espanhol correspondeu às expectativas e o mar ajudou imenso, já que andou sempre apetecivelmente calmo pelo que esta operação se revelou um sucesso relativo.
Contudo a desejada aposta em manter o barco o ano todo, que faz sentido numa ilha, depende de outras situações, quer políticas, quer financeiras que a RAM não controla. Acho que a Madeira tem que insistir junto da Europa para que possa obter apoios para esta operação. Mesmo sabendo que a chamada Europa das regiões é cada vez mais uma treta e que a utraperiferia na Europa de hoje é comparável a uma bosta no chão sobre as qual se coloca inadvertidamente o sapato em cima - ou seja a utraperiferia é uma bandeirinha que alguns agitam, cada vez menos, e quando lhes convém, cada vez mais muito menos - sem o envolvimento da Europa - e dispenso demagogias mediáticas de certas notícias, discursos, requerimentos e outras tretas do género que resolvem ZERO - não vamos conseguir nada de concreto. Pelo menos com este governo da geringonça e a sua forma de estar e de fazer política em que se for preciso ridiculariza até os alegados parceiros do acordo parlamentar que os mantêm com rédea curta e temerosos dos efeitos eleitorais de uma crise política por eles provocada (por isso comem tudo e continuarão a comer tudo mesmo que neguem).Mas, muito sinceramente, duvido que com a anterior bandalhice de Passos e Portas a resposta fosse diferente. Para eles vale aquela frase cavaquista que tanta promoção fez de um banco. Lembram-se? "Queres dinheiro? Vai ao Totta"... (LFM)
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