Um em cada sete jovens adultos não estuda nem
trabalha, segundo o relatório “Education at a Glance 2018”, que coloca Portugal
em 10.º lugar de uma lista de 31 países da OCDE. No ano passado, 15,2% dos
jovens entre os 18 e os 24 anos que viviam em Portugal estavam classificados
como “nem-nem”, uma expressão que designa aqueles que deixaram de estudar, mas
também não estão a trabalhar. De acordo com o relatório hoje divulgado pela
Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), a situação em
Portugal é mais grave do que a média registada na OCDE (14,5%) assim como nos
países da União Europeia (14,3%). Os turcos, os italianos e os gregos são quem
mais se destaca pela negativa, com cerca de um em cada quatro jovens
desocupados: Turquia (31,1%), Itália (26,6%) e Grécia (23%).
Na lista dos 10 países mais problemáticos aparece
ainda o México (22,1% dos jovens), a Espanha (20,9%), o Chile (21,1%), a França
(18,7%), Israel (16,7%) e a Coreia (16,7%). Olhando para os restantes jovens
naquela faixa etária que viviam em Portugal no ano passado, a maioria estava a
estudar (54,4%) e 30,4% a trabalhar. O documento revela ainda um aumento dos
alunos que prosseguem os estudos depois de terminado o ensino obrigatório: no
ano passado 34% dos jovens estava no ensino superior, o que representa mais 13
pontos percentuais em relação à situação vivida uma década antes, em 2007. No
entanto, estes números continuam muito aquém da média da OCDE (uma diferença de
10 pontos percentuais), segundo os dados disponibilizados no relatório. Também ainda não foi atingida a média no que toca ao
investimento no ensino superior (em 2015, representou 1,3% do PIB, enquanto a
média da OCDE é de 1,5%), refere o documento, que sublinha o desinvestimento no
ensino superior que diminuiu cerca de 12% desde 2010. Nos últimos anos, os
países da OCDE têm feito uma aposta nas ciências, tecnologia, engenharias e
matemáticas, uma realidade a que não escaparam os estudantes portugueses que
procuram cada vez mais estas áreas de estudo. Também são cada vez mais os
estrangeiros que escolhem Portugal como destino para estudar: entre 2013 e 2016
o número de estudantes internacionais aumentou 36%. Há dois anos, havia já 20
mil estrangeiros a frequentar instituições de ensino superior portuguesas, com
destaque para os brasileiros (32%) e os espanhóis (cinco por cento). Também há
cada vez mais os portugueses a querer prosseguir os estudos lá fora, tendo-se
registado um aumento de 19% em apenas três anos, sendo o Reino Unidos e a
França os destinos mais procurados (Lusa)
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