sábado, setembro 08, 2018

Estado deverá injetar 455 milhões de euros na CP este ano para amortizar dívida...


O gestor assinalou que tais operações têm feito com que a estrutura da CP comece a ficar "gerível", mas admitiu que isso implica que não sejam acumulados prejuízos. A empresa vai apresentar ao Governo um plano para a contratação de 88 trabalhadores, entre os quais maquinistas, inspetores e revisores, anunciou.
O Estado deverá injetar 455 milhões de euros na CP - Comboios de Portugal este ano, para reduzir a dívida da companhia, que deverá baixar para os 2,1 mil milhões de euros, estimou o presidente da empresa. Já em 2019, o Estado deverá injetar 900 milhões de euros na CP "para honrar o plano de amortizações", estimou Carlos Nogueira."A dívida financeira da CP, em 31 de dezembro de 2016, era de 3.024 milhões de euros, mais de três mil milhões de euros, [mas] no final de 2017 essa dívida foi reduzida em cerca de 400 milhões de euros para 2,6 mil milhões de euros", disse o presidente da companhia ferroviária, que falava na comissão parlamentar de Economia, Inovação e Obras Públicas no âmbito de um requerimento do PSD sobre a degradação do material e do serviço prestado. O responsável observou que esse passivo "tem vindo a ser amortizado com o reforço do capital estatuário", isto é, do Estado.

"Este ano, entrarão na CP - e já entrou uma parte - 455 milhões de euros", assinalou Carlos Nogueira, estimando que a dívida seja reduzida para cerca de 2,1 mil milhões de euros no final de 2018. "E é dívida a quem? À DGTF [Direção-Geral do Tesouro e Finanças], ao BEI [Banco Europeu de Investimento], ao Eurofin [fundo financeiro] e aos obrigacionistas" pelos empréstimos concedidos, precisou.
O gestor assinalou que tais operações têm feito com que a estrutura da CP comece a ficar "gerível", mas admitiu que isso implica que não sejam acumulados prejuízos.
"Este dinheiro tem sido injetado pelo acionista, o Estado, a tempo e horas", notou. A CP registou 54,6 milhões de euros de prejuízo no primeiro semestre, que comparam com os 58,1 milhões de euros registados no período homólogo, segundo informação ao mercado. No período em causa, o resultado operacional foi negativo em 18,5 milhões de euros, valor que compara com os 18,8 milhões de euros negativos obtidos no mesmo semestre de 2017. Por sua vez, o passivo fixou-se em 2,878 mil milhões de euros (contra 2,875 mil milhões de euros no final de dezembro de 2017). Na audição de hoje, Carlos Nogueira foi também questionado sobre possíveis cativações relativas à empresa. Sobre isso, respondeu que "quem cativa, também descativa", e salientou que "as descativações são atempadamente realizadas" pelo Governo. Assim, isto "não afeta a CP", insistiu. Este mês, por exemplo, foram descativados perto de 19 milhões de euros, segundo o responsável, que falou em "procedimentos normais" (Expresso)

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