Ex-líder parlamentar do PSD lamenta que o
partido ande “arredado das grandes questões” e tem dúvidas de que Passos
resista a uma derrota nas autárquicas. Mendes volta a criticar líder do PSD. O ex-líder parlamentar do PSD Guilherme Silva
admite que o PSD está a atravessar “algumas dificuldades”, mas não considera
desejável que antes das autárquicas o partido se envolva numa disputa pela
liderança.
“O PSD tem estado arredado das grandes
questões, tem andado à volta da questão da Caixa Geral de Depósitos e pouco
mais. Isso são sinais de alguma dificuldade de adaptação a esta nova situação”,
afirma ao i o ex-deputado social-democrata.
Guilherme Silva lamenta que o PSD não tenha
“um projeto alternativo que capte a atenção dos portugueses” e aponta para as
autárquicas como o momento decisivo para Passos Coelho. “Se em paralelo com
esta situação, o PSD tiver um mau resultado é natural que o partido repense as
suas soluções de futuro e se prepare para uma nova era. Estamos num ciclo novo
e é necessário que o partido se adapte e dê respostas de esperança aos
portugueses. É preciso que exista um projeto alternativo e se for necessário
mudar de protagonista para que isso aconteça lá terá de acontecer”.
A turbulência que se vive no PSD tem, porém,
um “lado bom”, diz o ex-deputado. O lado bom é que as últimas semanas
demonstraram que o partido tem “quadros à altura” para, se for caso disso, disputarem
a liderança do partido.
Rui Rio foi, até agora, o único a assumir que
“poderá” candidatar-se no próximo congresso. Foi há um mês que o ex-autarca do
Porto assumiu estar disponível e tem participado em almoços e jantares
organizados pelo PSD.
Jantares e candidatos Apesar de faltar quase
um ano para as autárquicas e do próximo congresso só se realizar em 2018, a
sucessão de Passos alimenta muitas conversas entre sociais-democratas. Hermínio
Loureiro diz que não consegue perceber “o nervosismo que se vive no PSD
relativamente à liderança de Pedro Passos Coelho”. O ex-dirigente escreveu um
texto nas redes sociais em que aconselha Passos Coelho a ter “os olhos bem
abertos” com as raposas que tem no galinheiro e crítica os que andam a fazer
“jantares conspirativos” que só favorecem António Costa (ver texto ao lado).
A queda nas sondagens tem ajudado a alimentar
a discussão sobre a sucessão de Passos Coelho. Para além de Rio, que está
afastado da política ativa desde 2013, quando deixou a câmara do Porto, têm
sido referidos os nomes de Pedro Santana Lopes, Luís Montenegro e Paulo Rangel.
Críticas a Marcelo Marques Mendes voltou a
criticar, neste domingo, a postura de Passos Coelho e aconselhou-o a evitar
polémicas como a que criou com o Presidente da República depois de ter dito que
“ainda bem que ele não é presidente do PSD”. O ex-líder do partido considerou,
no seu habitual comentário na SIC, que Passos “comete um erro enorme” em fazer
este tipo de críticas a Marcelo e deve “evitar erros como este”. Para Marques
Mendes, Passos tem que “ter a noção de qual é o seu adversário principal”,
porque se o PSD “dá mais atenção” ao Presidente da República do que ao governo,
António Costa “esfrega as mãos de contente”.
Marques Mendes já tinha criticado Passos por
ter um discurso “derrotista”. Em agosto, no mesmo espaço de comentário, o
ex-líder criticou o PSD por estar “muito centrado nas questões financeiras” e
ignorar “as questões sociais”.
Ex-dirigente estranha “nervosismo”
O ex-deputado do PSD Hermínio Loureiro diz que
não consegue perceber o “nervosismo” no PSD com a liderança de Passos Coelho e
aconselha o ex-primeiro-ministro a estar de “olhos bem abertos”. O
social-democrata considera “muito estranho o silêncio de alguns dos mais
próximos colaboradores que vão alimentando esta conversa nos corredores do
parlamento sobre a sucessão”. Num texto que escreveu nas redes sociais,
Hermínio Loureiro garante que está ao lado de Passos Coelho e pede-lhe para
estar atento aos que o rodeiam: “estive e estou contigo Pedro Passos Coelho
apesar das diferenças de opinião relativamente a muitos temas, mas peço que
tenhas os olhos bem abertos com as raposas que tens no galinheiro” (Jornal i)
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