Financial Times dedica uma coluna de opinião, onde são ouvidos vários
empresários, ao futuro da economia portuguesa e à possibilidade do país voltar
a necessitar de um novo resgate financeiro. Não é a primeira vez que o Financial Times o faz, mas as dúvidas que
existiam no estrangeiro sobre Portugal no início ainda persistem: conseguirá
Portugal sobreviver sem um novo resgate? Caso necessite de um novo empréstimo,
será que o FMI e a zona Euro estão dispostos a isso?
Estas são algumas das muitas perguntas que o editorial da publicação
norte-americana faz no seu texto de análise e para o qual ouviu uma série de
empresários que se mostram receosos com a situação do nosso país. É, sob essas mesmas opiniões, que o texto assinado por Tony Barber,
editor de Europa do FT, afirma que Portugal “conseguiu escapar ao desastre de
ser atirado para fora da Zona Euro” e que a sustentabilidade económica e
financeira “não está assegurada” porque, segundo Barber, as exigências da
troika não foram devidamente seguidas e as reformas propostas não chegaram aos
níveis exigidos.
A dada altura, a análise deixa de ser generalista e passa a focar-se
mais na liderança portuguesa, nomeadamente o Governo. Sobre o Executivo, o jornal
diz que “prefere agradar do que reformar um país cujas condições de
financiamento estão excessivamente dependentes do rating atribuído por uma
agência”, neste caso a DBRS, que atualmente classifica os títulos de dívida
emitidos pelo Estado luso como “lixo” e acima de “investimento especulativo”. Refira-se que o texto, intitulado "Reformas em Portugal não foram
suficientemente longe para garantir a sustentabilidade financeira" foi
inclusivamente discutido no Global Insight, um espaço de análise fo Financial
Times onde são comentados assuntos de relevo internacional. Ali, foi também
dito que "Portugal está no centro de uma tempestade perfeita de fraco
crescimento económico, queda do investimento, baixa competitividade, défices
orçamentais persistentes e um sector bancário subcapitalizado que detém muita
da estratosférica dívida pública da nação".
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