terça-feira, setembro 13, 2016

Novo resgate? "Portugal está no centro de uma tempestade perfeita"

Financial Times dedica uma coluna de opinião, onde são ouvidos vários empresários, ao futuro da economia portuguesa e à possibilidade do país voltar a necessitar de um novo resgate financeiro. Não é a primeira vez que o Financial Times o faz, mas as dúvidas que existiam no estrangeiro sobre Portugal no início ainda persistem: conseguirá Portugal sobreviver sem um novo resgate? Caso necessite de um novo empréstimo, será que o FMI e a zona Euro estão dispostos a isso?
Estas são algumas das muitas perguntas que o editorial da publicação norte-americana faz no seu texto de análise e para o qual ouviu uma série de empresários que se mostram receosos com a situação do nosso país. É, sob essas mesmas opiniões, que o texto assinado por Tony Barber, editor de Europa do FT, afirma que Portugal “conseguiu escapar ao desastre de ser atirado para fora da Zona Euro” e que a sustentabilidade económica e financeira “não está assegurada” porque, segundo Barber, as exigências da troika não foram devidamente seguidas e as reformas propostas não chegaram aos níveis exigidos.

A dada altura, a análise deixa de ser generalista e passa a focar-se mais na liderança portuguesa, nomeadamente o Governo. Sobre o Executivo, o jornal diz que “prefere agradar do que reformar um país cujas condições de financiamento estão excessivamente dependentes do rating atribuído por uma agência”, neste caso a DBRS, que atualmente classifica os títulos de dívida emitidos pelo Estado luso como “lixo” e acima de “investimento especulativo”. Refira-se que o texto, intitulado "Reformas em Portugal não foram suficientemente longe para garantir a sustentabilidade financeira" foi inclusivamente discutido no Global Insight, um espaço de análise fo Financial Times onde são comentados assuntos de relevo internacional. Ali, foi também dito que "Portugal está no centro de uma tempestade perfeita de fraco crescimento económico, queda do investimento, baixa competitividade, défices orçamentais persistentes e um sector bancário subcapitalizado que detém muita da estratosférica dívida pública da nação".

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