domingo, fevereiro 01, 2015

Varoufakis protesta com cobertura jornalística

Li no Publico que "o ministro das Finanças, Yanis Varoufakis (na foto com a mulher, artista plástica, e com Tsipras) , está descontente com o que considera falta de rigor na cobertura jornalística dos primeiros passos do novo Governo. O desagrado é patente nos últimos posts que colocou no seu blogue e numa entrevista que deu sexta-feira à noite à BBC. Na entrevista, no programa Newsnight, depois de questionado se a Grécia não aceitaria o dinheiro que ainda tem a receber do programa de resgate da troika, disse que “os jornalistas adoram a linguagem da confrontação”. O último post é precisamente sobre a entrevista. “Como fã da BBC, devo dizer que fiquei chocado com a falta de precisão do relato subjacente a essa entrevista (para não falar na falta de cortesia da apresentadora). Mesmo assim, e apesar do vento frio na varanda [onde estava a ser entrevistado], foi divertido!”, escreveu. Durante a emissão, Varoufakis tinha-se já confessado admirador da estação britânica mas lamentado a “falta de precisão” do relato sobre a sua declaração de não pretender dialogar com a delegação da troika enviada a Atenas mas sim com a Europa. “Nunca disse que não estávamos interessados em discutir com os credores”, justificou. “Se me deixar falar em vez de me cortar a palavra de forma tão rude”, disse também. No post anterior, o ministro tinha escrito que “o poder dos media para distorcer” o tinha voltado a surpreender. Referia-se a relatos sobre um alegado veto da Grécia a novas sanções da União Europeia à Rússia, assunto sobre o qual, garante, o novo executivo não tinha sido questionado nem se tinha pronunciado.
“A questão não é se nosso novo Governo concorda ou não com novas sanções à Rússia. A questão é se a nossa opinião pode ser dada como garantida, mesmo sem termos dito qual é.” A concluir, Varoufakis, pergunta: “Podem os jornalistas do mundo inteiro tentar perceber a importante distinção entre protestar por não termos sido ouvidos e protestar pelas sanções em si. Ou isso é muito complicado?”