quarta-feira, julho 24, 2013

Governo de Caracas força fecho de jornal crítico

Li no DN de Lisboa que o diretor do diário crítico do Poder denunciou que o governo venezuelano, através da Superintendência de Bancos, congelou as contas daquele grupo empresarial, uma medida que obrigou ao "encerramento forçado" do grupo editorial."Nós ficámos literalmente na rua, o Governo congelou todas as contas do grupo 6to Poder e as minhas contas pessoais", disse à agência Lusa Leocenis Garcia. Crítico do atual regime, o grupo editorial e o seu diretor foram recentemente denunciados por um deputado do Partido Socialista Unido da Venezuela, Júlio Chávez, de alegada corrupção, legitimação de capitais, evasão fiscal, financiamento do terrorismo através de contas bancárias no estrangeiro, acusações que são refutadas pelo jornalista. "Tarde ou cedo regressarei e sei que o mundo censurará o encerramento de seis meios de comunicação", declarou Leocenis Garcia, numa conferência de imprensa em Caracas, durante a qual denunciou ter informações de que será detido pelas autoridades nas próximas horas. Falando para o Presidente da República, Nicolás Maduro, sublinhou que "os jornalistas não dobram a cabeça, a única vez que dobram a cabeça é pela dor do povo". Garcia, que já no passado esteve preso na sequência de várias investigações, tem mantido uma posição muito crítica do chavismo e do atual Governo venezuelano, tendo publicado vários trabalhos de investigação sobre alegadas irregularidades que envolvem personalidades. Por outro lado está a recolher assinaturas para convocar a uma Assembleia Constituinte para destituir os membros do atual Governo e dos demais poderes públicos e para eliminar a emenda constitucional promovida pelo falecido presidente Hugo Chávez e que permite a reeleição presidencial ilimitada. O Grupo 6to Poder tem 60 empregados diretos, edita o diário El Comércio, o semanário 6to Poder e é ainda proprietário da 6to Poder Rádio, de um portal na Internet e da revista U-Sex.