domingo, julho 28, 2013

Açores: Universidade precisa de mais 1,7 milhões

Escreve o Correio dos Açores que o reitor da Universidade dos Açores declarou ontem que a academia necessita de 1,7 milhões de euros até final do ano para assegurar o normal funcionamento dos seus três pólos, localizados em Ponta Delgada, Angra do Heroísmo e Horta. “A Universidade dos Açores, com base nos cortes orçamentais que têm havido, tem vindo a reduzir a sua actividade ao máximo, mas não restam dúvidas de que para chegar até final do ano desenvolvendo a sua actividade com parâmetros aceitáveis necessita de um reforço que anda à volta de 1,7 milhões de euros”, disse à agência Lusa Jorge Medeiros, na sequência de uma audição na comissão parlamentar da Ciência, Educação e Cultura da Assembleia da República. Foi o Bloco de Esquerda (BE) que pediu a audição, tendo em conta a situação de “colapso” da academia açoriana e na sequência da deslocação aos Açores da coordenadora nacional do partido, Catarina Martins. Jorge Medeiros revela que durante o corrente ano a academia açoriana tem feito de tudo para “conseguir sobreviver” e desenvolver as suas actividades” promovendo cortes na educação ou reduzindo em 50 por cento os docentes convidados que tinha em várias áreas, enquanto na investigação tem “desperdiçado as capacidades adquiridas” ao longo dos anos porque “não tem capacidade” para desenvolver os projectos “com sucesso”. Jorge Medeiros acentua que na área da internacionalização a atracção de estudantes do exterior tem sido confrontada com “várias dificuldades” e, de forma generalizada, todos os contratos de prestação de serviço foram “reduzidos drasticamente”.
“A universidade tem actualmente um orçamento de 1 milhão de euros mensal e tem despesas de vencimentos estimadas em 1,4 milhões de euros. Há aqui uma diferença de cerca de 400 mil euros que apenas através de receitas próprias (propinas), que somam 271 mil euros, é combatido. Temos que, mês a mês, suportar um diferencial de 200 mil euros”, especifica. Jorge Medeiros considera que a Universidade dos Açores é confrontada com dificuldades financeiras devido à sua “especificidade”, que passa pela sua localização em três pólos, sendo que em cada um deles o recrutamento é “apenas local” e feito em mercados “muito pequenos” associados à “impossibilidade” de haver um número de vagas por curso elevado. O reitor da academia açoriana, que possui cerca de quatro mil alunos e necessitaria de mais dois mil, defende, na sequência da sua especificidade, uma “discriminação positiva”, tal como acontece com “todos os organismos públicos” na região, que se traduza em termos financeiros, salvaguardando que enquanto o seu orçamento ronda actualmente os 10 milhões de euros, as restantes academias contam com centenas de milhões de euros.