segunda-feira, julho 29, 2013

Banif falha venda de obrigaçôes: só teve um quarto do esperado

Segundo o Dinheiro Vivo, depois de ter concluído com sucesso a primeira fase do aumento de capital - com a venda de 10 mil milhões de acções - o Banif ficou aquém do esperado na segunda fase. O banco esperava encaixar até 225 milhões de euros com a venda de obrigações, mas só reuniu 60 milhões. Ou seja, dos 320 milhões que o Banif esperava conseguir no aumento de capital, ficou pelos 160 milhões - 100 da venda de acções e 60 da venda de obrigações. Este plano de recapitalização é a tentativa do Banif reduzir a sua exposição ao Estado, que poderá ficar com a quase totalidade do capital. Na conferência de imprensa de apresentação dos resultados, Jorge Tomé, CEO do banco, desvalorizou os resultados, garantindo que esta operação era "complementar" e que o principal objetivo era mesmo a colocação das acções na primeira fase. Como plano B, o Banif espera conseguir o resto do capital, admitiu Jorge Tomé, através de uma operação de troca e de uma oferta privada. Assim entrarão, continua o CEO, investidores relevantes. Na primeira fase do processo, vários grupos madeirenses compraram em força para reforçar ou entrar no capital. "A operação foi um grande sucesso. Foi feita num momento sensível, no decurso de uma crise política e do período estival, e, mesmo assim, teve uma procura que excedeu a oferta", disse o presidente executivo do Banif, Jorge Tomé, na sessão de apresentação dos resultados destas operações. Jorge Tomé disse ainda que "o Banif passou o teste do mercado", num momento em que o banco vai necessitar deste para concretizar outros passos do plano de reestruturação do banco.  Enquanto os 100 milhões de euros em ações (cada ação foi emitida a 1 cêntimo) foram emitidos e subscritos na totalidade, nas obrigações apenas foram colocadas 60,311 milhões de euros (cada obrigação custava um euro), aquém do total de 225 milhões de euros inicialmente colocado à disposição dos investidores. Em janeiro, o Banif recebeu 1.100 milhões de euros de dinheiros públicos (700 milhões em ações e 400 milhões em instrumentos de dívida convertíveis em ações, as chamadas 'CoCo' bonds), no âmbito do processo de recapitalização que deixou o Estado com o controlo de cerca de 99% da instituição. Em contrapartida, até final de junho, ficou obrigado a realizar um aumento de capital de 450 milhões de euros, para que o controlo do banco regressasse a mãos de investidores privados, e comprometeu-se a devolver ao Estado 150 milhões de euros do financiamento público que obteve através das 'CoCo bonds'. Até final de junho, o Banif aumentou o seu capital em 100 milhões de euros, numa operação subscrita pelos seus principais acionistas (75 milhões de euros pela 'holding' Rentipar, através da Açoreana Seguros, e 25 milhões de euros pelo grupo Auto-Industrial), reduzindo a participação do Estado para 86,881%. Agora, o banco concretizou um novo aumento de capital de 100 milhões de euros, subscrito por investidores privados do retalho, o que deixa o Estado com 68,393% das ações. O Banif fica, assim, a 250 milhões de euros de sair do controlo do Estado. Quando o banco aumentar o capital em 450 milhões de euros o Estado verá a sua participação reduzida para 60,57% do capital e 49,41% dos direitos de voto.