Lembra
o Sol que o que começou por ser um Governo pequeno aumentou, em dois anos de
exercício, em número de ministérios. Mas sobretudo em secretarias de Estado. O
Executivo de Passos Coelho é hoje maior. Bate mesmo o número de secretários que
acompanharam os dois anos de José Sócrates, até 2011, do seu último mandato.
Com a tomada de posse de quinta-feira, no Palácio de Belém, dos novos
secretários de Estado (19), o Executivo da maioria PSD/CDS passa a ter 41
secretários distribuídos por 14 ministérios. Mais dois ministérios do que em
2011, quando Cavaco Silva deu posse ao actual Governo, e mais cinco secretários
do Estado do que à data da tomada de posse. José Sócrates, por seu turno,
terminou o mandato a meio com 38 deputados afectos aos 16 ministérios que
compunham o seu Executivo. O mesmo número de ministérios com que iniciou o seu
segundo mandato em 2009, sem maioria absoluta, mas menos um titular de uma
secretária de Estado.A remodelação desta semana foi a sétima alteração à
composição do Executivo liderado por Passos. Do elenco que tomou posse em Junho
de 2011, Passos já deixou pelo caminho quase metade. Ministros foram três e
todos recentemente: Miguel Relvas, Vítor Gaspar e Álvaro Santos Pereira. Já os
secretários de Estado foram caindo às pinguinhas: já saíram 18.A remodelação
aceite esta segunda-feira pelo Presidente é a consumação da mudança que Passos
Coelho e Paulo Portas preparavam há três meses. Com a diferença de o líder do
CDS subir a vice-primeiro-ministro (responsável pela Economia, troika e reforma
do Estado), uma consequência da crise interna das últimas semanas.O Governo
fala num novo ciclo político e económico. Aquele que coincide com a segunda
metade do mandato e com uma aposta no crescimento Económico e na preparação das
bases para o período pós-troika. A distribuição de pastas entre PSD e CDS está
mais equilibrada. Passos não quer ouvir falar tão cedo em crise política e,
muito menos, em nova remodelação.