Li no Jornal de Negócios que “o Governo de Enda Kenny já ameaçou avançar com os cortes que permitem uma poupança de mil milhões de euros, mesmo sem a aprovação dos sindicatos. Estes ameaçam com uma “grande confrontação”. O maior sindicato irlandês rejeitou a proposta do Governo de cortes salariais na função pública, colocando em causa uma das medidas com a qual o Executivo de Enda Kenny pretende baixar o seu défice orçamental. A proposta, que contempla um corte mínimo de 5,5% para os funcionários públicos com salários acima de 65 mil euros por ano, foi chumbada por 54% dos membros do SIPTU, o maior sindicato da Irlanda. Este chumbo do SIPTU inviabiliza a possibilidade de haver um acorde entre o Governo irlandês e o comité que reúne os vários sindicatos do país, pelo que o Executivo de Enda Kenny tem duas possibilidades: ou avança com a legislação de forma unilateral, ou faz nova proposta. O Governo irlandês tinha já, antes da votação desta terça-feira, 16 de Abril, ameaçado que iria avançar com legislação para cortar os salários dos funcionários públicos de forma geral, caso a sua proposta fosse chumbada. O presidente do SIPTU alertou já para os perigos do Governo irlandês avançar nesse sentido. “Apelamos ao Governo para não avançar com legislação para cortar os salários dos funcionários públicos, pois tal irá inevitavelmente precipitar uma grande confrontação”, disse o presidente do SIPTU, Jack O’Connor, citado pela Bloomberg. Este corte de salários desenhado pelo Governo irlandês iria cortar 300 milhões de euros na despesa este ano e mil milhões de euros até 2015. A Irlanda tem até aqui estado à margem dos fortes protestos que têm assolado países como a Grécia, Portugal e Espanha contra as medidas de austeridade, daí a relevância que este chumbo dos sindicatos pode assumir“