Segundo o Económico, a "redução dos quadros vai acentuar-se com a extinção de mais 12 mil vagas e com a reforma do Estado. A Educação perdeu 23.695 mil professores nos últimos sete anos. É este o saldo que resulta do número de professores dos quadros que entraram na aposentação, desde 2006, com o número de docentes que entraram para os quadros da Função Pública. Contas feitas, desde 2006 e até Maio deste ano saíram do sistema 27.791 professores de carreira, segundo um levantamento feito pelo Diário Económico com base nas publicações mensais do Diário da República. Desde esse ano - quando foram alteradas as regras do concurso de admissão aos quadros, que passou a ser realizado a cada quatro anos - entraram para os quadros apenas 4.096 professores, incluindo já os 603 que Nuno Crato vinculou este ano através do concurso extraordinário. Um resultado líquido de 23.695 docentes que emagreceu o corpo docente para 137.249 professores dos quadros e que representa uma quebra de quase 15% face ao universo de mais de 160 mil que existia em 2006. Mas esta é uma tendência que ainda se vai acentuar nos próximos anos. Recorde-se que a Educação vai ser uma das pastas mais castigadas com os esperados cortes da reforma do Estado, com medidas que se espera que atinjam cerca de mil milhões de euros. Além disso, segundo o levantamento feito pelos directores, existem 12.003 professores considerados como excedentários. Número que corresponde às vagas negativas - sem as quais as escolas conseguiriam funcionar - e que vão encerrar no futuro, com a saída destes professores para a aposentação ou a sua mudança para outra escola, tal como revelou o Ministério da Educação. Questionado pelo Diário Económico, o gabinete de Nuno Crato recusou revelar qual a estimativa de poupança atingida com a extinção destas vagas. A redução dos professores dos quadros tem vindo a ser acompanhada, também, com o número de professores contratados. Segundo dados da Fenprof, o número de professores contratados para este ano lectivo não ultrapassa os 16 mil. Menos sete mil em relação ao ano passado. Para Nuno Crato, a redução de professores justifica-se com a quebra do número de alunos no sistema. Situação que o ministro considera como "humanamente preocupante", tendo já revelado que existem menos "cerca de 200 mil alunos nos últimos anos (cerca de 14%)", no sistema educativo. Redução que também é apontada no recente estudo do Conselho Nacional da Educação (CNE) - "O Estado da Educação", onde se revela que existe uma quebra de 11,2% de crianças no 1º ciclo. Indicadores contestados pelos sindicatos, que defendem que a redução de docentes resulta das medidas adoptadas pelo Governo. Apesar desta redução, os docentes continuam a representar a maior fatia na despesa em Educação. Segundo o Orçamento do Estado para 2013, o Ministério da Educação tem mais de quatro mil milhões de euros na despesa com pessoal do básico e secundário. Valor que representa 67,1% da despesa consolidada da tutela.
Salário de contratados é "um terço" mais baixo
Apesar de o Ministério da Educação não revelar a poupança conseguida com a redução de professores, os ex-ministros do sector apontam para valores "significativos". Maria de Lurdes Rodrigues recorda que, quando assumiu a pasta, o salário líquido de um professor em topo de carreira era cerca de 2.400 euros mensais. Um docente contratado em início de carreira tinha como remuneração de cerca de mil euros mensais. Valores que estão hoje desactualizados devido aos cortes aplicados à Função Pública. Ainda assim, a ex-ministra estima uma diferença "de cerca de um terço" entre os salários destas categorias de professores".
Salário de contratados é "um terço" mais baixo
Apesar de o Ministério da Educação não revelar a poupança conseguida com a redução de professores, os ex-ministros do sector apontam para valores "significativos". Maria de Lurdes Rodrigues recorda que, quando assumiu a pasta, o salário líquido de um professor em topo de carreira era cerca de 2.400 euros mensais. Um docente contratado em início de carreira tinha como remuneração de cerca de mil euros mensais. Valores que estão hoje desactualizados devido aos cortes aplicados à Função Pública. Ainda assim, a ex-ministra estima uma diferença "de cerca de um terço" entre os salários destas categorias de professores".