quinta-feira, abril 25, 2013

Após a austeridade, o que sobra de Portugal?

Escreve o Expresso, num texto da jornalista Cristina Peres: "Pergunta hoje em manchete o "International Herald Tribune" Europa, analisando os efeitos da recessão prolongada no país. Portugal passou de ser considerado um bom exemplo de abordagem da austeridade (o recurso ao resgate financeiro antes de uma situação desesperada) a bom exemplo de como os governos têm sido incapazes de recuperar a saúde económica à medida que as economias encolhem devido à recessão prolongada. Esta é uma das conclusões do artigo que a edição de hoje do "International Herald Tribune" (IHT) publica em manchete e que se concentra nos efeitos dos cortes no país. Esta edição internacional para a Europa do "New York Times" debruça-se também sobre o impacto das medidas de austeridade nos países que tiveram um resgate financeiro (Irlanda, Grécia e Portugal) e ficaram sujeitos às medidas impostas pela Troika - Fundo Monetário Internacional (FMI), Banco Central Europeu (BCE) e Comissão Europeia (CE).
Pode a segurança social acabar?
Em Portugal, escreve o IHT, questões fundamentais como "podem os governos dar-se ao luxo de manter os seus sistemas sociais. E, se não, até que ponto podem os governos fazer cortes nos benefícios sem comprometeram a recuperação económica, intensificar os desequilíbrios sociais e comprometer o bem-estar de gerações futuras" só passaram a ser equacionadas desde que o Tribunal Constitucional chumbou algumas das medidas de austeridade previstas no Orçamento de Estado para 2013.As circunstâncias são tão sérias, continua o IHT, que o primeiro-ministro "Passos Coelho avisou que a sua prioridade governativa, após a decisão do TC, passara a ser fazer todo o possível para evitar um segundo resgate".
Educação comprometida
A educação é o tema subsidiário em que o artigo do IHT se detém para avaliar o estado da economia portuguesa. O despedimento de 15 mil professores, cortes nos orçamentos das instituições que reinstituíram os valores de 2001, e ausência de investimento em remodelação asfixiam, de acordo com os entrevistas, o ensino presente e comprometem a continuação da melhoria do sistema de ensino, identificado como um dos mais fracos da Europa. Os entrevistados citados pelo IHT acusam o FMI de fazer cálculos errados e de só se interessar por um ponto de vista economicista, esquecendo as vidas das pessoas afetadas pelas medidas de austeridade".