quarta-feira, abril 17, 2013

FMI volta a baixar previsões de crescimento para a Europa


Escreve o Jornal de Negócios que "o Fundo Monetário Internacional (FMI) está mais pessimista em relação à economia europeia. A Zona Euro deverá ter uma recessão de 0,3% em este ano, 0,2 pontos percentuais mais grave do que o FMI estimava em Janeiro deste ano e já longe do crescimento, ainda que ténue, que previa em Outubro do ano passado.  As previsões estão inscritas no World Economic Outlook (WEO) de Abril, divulgado terça-feira. “Desde o WEO de Outubro de 2012, riscos de uma crise aguda na Zona Euro diminuíram. Políticas decisivas a nível europeu [...] aumentaram a confiança na viabilidade da União Económica e Monetária”, escreve o Fundo. No entanto, no mesmo documento, a instituição com sede em Washington avisa que a descida dos spreads de dívida e a melhoria da liquidez dos bancos ainda não se traduziu num melhor acesso a crédito ou numa aceleração da actividade económica. Objectivos que apenas se tornaram mais difíceis de alcançar, depois da crise em Chipre e do resultado das eleições italianas. Oito dos 17 países pertencentes à moeda única registarão uma contracção do PIB. A revisão em baixa das previsões de crescimento “reflecte um declínio das projecções para todos os países da Zona Euro, com revisões notáveis em alguns estados membros do centro [“core”] (França, Alemanha, Holanda)”. O FMI acrescenta, contudo, que o final do ano trará uma saída da recessão, ainda que relativamente fraca, mas que poderão surgir outros riscos relacionados com uma apreciação do euro, prejudicando as exportações europeias. Apesar de a economia estar a recuperar de forma mais lenta do que o FMI previa há alguns meses, o Fundo continua a defender uma estratégia de austeridade e reforma para os próximos meses. “Entre uma redução da pressão dos mercados e um desemprego muito alto, os riscos de curto-prazo relacionados com uma implementação incompleta de políticas a nível europeu e nacional são significativos”, pode ler-se no WEO. “Uma implementação incompleta pode resultar numa inversão do sentimento dos mercados financeiros, Neste cenário, o crescimento rondaria 1% no médio prazo, aumentando gradualmente a pressão deflacionária e exacerbando o desafio de redução da dívida, com um contágio negativo para outras regiões.” Quanto ao resto do mundo, o tom é mais optimista. Apesar de rever em baixa as perspectivas de crescimento da economia mundial (3,3% este ano e 4% em 2014), o FMI refere que “os riscos diminuíram” e existe agora a possibilidade de uma evolução económica mais positiva do que se antecipava".