quarta-feira, outubro 24, 2012

Sondagem i/Pitagórica: 82,1% defende cortes na despesa em vez de aumento de impostos

Segundo o Jornal I, "a maioria quer cortes na despesa, desde que não atinjam a saúde e a educação. Governo deve cortar nas empresas públicas e autarquias. Veja no PDF em baixo os resultados gráficos da sondagem. É a questão que tem marcado todo o debate público e está no centro das recentes divergências dentro do governo. Para atingir o tecto do défice acordado com a troika, aumentam-se impostos ou corta-se na despesa pública? A esmagadora maioria dos inquiridos ouvidos pela sondagem i/Pitagórica defende que devem ser os cortes na despesa – e não o aumento de impostos – a contribuir para esse esforço. Mas as respostas evidenciam também que a defesa do corte na despesa pública se restringe ao apoio aos cortes nas empresas públicas e autarquias. É que também quase nenhum inquirido está disponível para aceitar cortes em duas funções do Estado responsáveis pelo grosso da despesa – saúde e educação. Dos 82,1% que preferem cortes na despesa a aumentos de impostos, 61% defende que esses cortes deverão atingir as empresas públicas e 30% as autarquias. Apenas 0,7% defende cortes nas despesas de educação e ainda menos (0,2%) aceita cortes nas despesas de saúde. O problema dos cortes na despesa versus aumento de impostos tem estado no centro das divergências na coligação. No início de Outubro, quando já era visível a sua derrota dentro do governo relativamente ao aumento de impostos, Paulo Portas dizia: “Só há uma coisa a fazer: um trabalho significativo e redobrado de redução da despesa que permita moderar essa carga fiscal.” Era “preciso encontrar as medidas de redução de despesa”. Hoje, o CDS é muito mais cauteloso, depois de a coligação ter estado por um fio na semana passada – e conforme noticiou o “Expresso”, Paulo Portas ter admitido mesmo abandonar o governo e a liderança do partido, tendo em conta o facto de tudo o que está a fazer entrar em contradição com o que prometeu na campanha eleitoral. Mas o problema “corte na despesa pública” é profundo – os gastos “sumptuários” denunciados por Passos Coelho são uma gota no oceano. O verdadeiro peixe graúdo são salários de médicos, professores, polícias e gastos com pensões"