sábado, outubro 20, 2012

Passos não prescinde de Gaspar nas Finanças

Segundo os jornalistas do Sol, David Dinis e Helena Pereira, “a pressão dos centristas para que Gaspar saia do Governo esbarra no primeiro-ministro. Esta semana, Passos Coelho levou Gaspar ao PSD e teceu-lhe os maiores elogios. Em plena crise governativa e no momento em que Vítor Gaspar está sob pressão total, Passos Coelho quis deixar claro, para dentro e fora do Governo, que não prescindirá de Vítor Gaspar. Nem sequer na anunciada remodelação governamental, a que ontem ele próprio deu gás, dizendo aos jornalistas que «as remodelações não se anunciam, fazem-se quando o primeiro-ministro acha que tem de as fazer». Esta semana, num acto inédito, Passos pediu a Gaspar que o acompanhasse numa reunião partidária ao mais alto nível. Segundo uma fonte da direcção do PSD, as mais de 40 pessoas presentes na São Caetano – membros da Comissão Política e líderes das distritais – ouviram do líder «um elogio ao trabalho» do seu ministro das Finanças, «quer no plano nacional, quer no internacional» (onde até os centristas reconhecem a importância do número dois formal do Governo). Durante a semana, duas pessoas muito próximas de Passos Coelho reforçaram a mensagem: António Borges, que sublinhou a «enorme sorte do país» em contar com o ministro, e Teresa Leal Coelho, vice do PSD, mostrando-o como essencial para a «credibilidade» externa de Portugal. Nas Finanças, é sabida a pressão de Paulo Portas para que Gaspar seja remodelado. O jornal i noticiou mesmo que Gaspar terá colocado o seu lugar à disposição do primeiro-ministro ainda antes da apresentação formal do Orçamento. O que deixou preocupados os mais próximos de Gaspar foi o aparecimento da dita notícia, que não foi desmentida, e pelo que isso pode dizer sobre a contestação interna à sua actuação. Também na reunião das bancadas parlamentares do PSD e do CDS, esta semana, o desconforto dos dois lados com o ministro foi evidente. Do lado do PSD, Duarte Pacheco e Joaquim da Ponte, por exemplo, pediram claramente «mais corte na despesa pública» e um «outro rumo». «Já ninguém o consegue ouvir. Aquilo é uma parede», descrevia um deputado do CDS”.