terça-feira, outubro 16, 2012

Lagarde: Política dos bancos centrais dos ricos pode desestabilizar países emergentes

Segundo o Publico, “a directora-geral do FMI, Christine Lagarde, advertiu para o risco de “sobreaquecimento” que ameaça as economias emergentes devido à actuação dos bancos centrais nos EUA e na Europa, alinhando com a inquietação de vários países, incluindo o Brasil. Segundo Lagarde, que falava hoje em Tóquio no encerramento da assembleia anual do Fundo Monetário Internacional (FMI), a acção anticrise dos bancos centrais dos países ricos arrisca-se a desestabilizar as economias emergentes, criando “desequilíbrios” e “bolhas financeiras”, pois “pode alimentar fluxos de capitais voláteis para as economias emergentes”. “As políticas monetárias acomodatícias podem provocar grandes fluxos de capitais para as economias emergentes (...) e conduzir à formação de bolhas financeiras sobre os preços de certos activos e ao nascimento de desequilíbrios financeiros”, disse na mesma ocaisão. A Reserva Federal (nos EUA), o BCE, o Banco de Inglaterra e o Banco do Japão aligeiraram as suas políticas monetárias, injectando maciçamente liquidez e baixado as suas principais taxas de juro directoras para níveis próximos de zero. Alguns países emergentes, como o Brasil, consideram que esta actuação desestabiliza a sua economia, alimentando fluxos especulativos para os seus países e valorizando artificialmente a sua moeda. Num cenário de fraco crescimento das principais economias mundiais, e com um cenário apocalíptico para o caso de os EUA não aprovarem o aumento do limite da sua dívida, o FMI alertou esta semana para “os riscos de uma grave desaceleração mundial são alarmantemente altos”, segundo o relatório divulgado esta semana pelo seu economista-chefe, o também francês Olivier Blanchard, em Tóquio. Hoje, perante estes cenários, o diário espanhol El País titula no seu sítio electrónico que a “Europa e os EUA brincam com o fogo”.