sábado, fevereiro 11, 2012

Gestor suspeito de beneficiar empresa da ANF


Escreve o jornalista do DN de Lisboa, CARLOS RODRIGUES LIMA que “o antigo diretor-geral da IMS, empresa de estudos de mercado, foi acusado pelo Ministério Público de um crime de infidelidade e um de falsificação de documentos. A acusação da 6. ª secção do Departamento de Investigação e Ação Penal centra-se num contrato celebrado por Carlos Mocho, enquanto diretor-geral da IMS, com a Farminvest, empresa do universo da Associação Nacional de Farmácias ( ANF), no qual o gestor se comprometeu a pagar mais 155% de um valor que estava em vigor. Meses mais tarde, Carlos Mocho foi trabalhar para uma empresa criada pela Farminvest, concorrente da IMS – a HMR Research. Segundo o despacho de acusação, Carlos Mocho, em dezembro de 2008, celebrou um novo contrato com a empresa Farminvest, no qual a IMS se comprometia a pagar 255 euros/ mês por farmácia ( num universo de 2000) para obter informação sobre vendas de medicamentos. Refira- se que, com esta informação, a IMS produzia estudos de mercado. Tal valor acordado era substancialmente superior ao que até então vigorava, fruto de um contrato de 2003, que determinou o preço de 100 euros/ mês por farmácia. Em 2006, a IMS e a Farminvest, holdingcriada pela ANF para gerir o seu universo empresarial, celebraram um novo acordo que previa uma partilha de lucros no negócio. Só que, sustenta o Ministério Público, “contra todas as ordens e diretivas da IMS Health, na data de 18 de dezembro de 2011”, Carlos Mocho, “à revelia da entidade patronal, havia já assinado novo acordo com a ANF”. Acusação que o gestor refuta em declarações ao DN: “Há declarações no processo de pessoas responsáveis a dizer que estavam a par. Por outro lado, quando a IMS me contratou, em 1999, deu- me carta branca, como diretor- geral, para negociar todo o tipo de contratos. Algo que até então só deu lucros à multinacional.” Para a acusação, a administração IMS apenas teve conhecimento do novo acordo em fevereiro de 2009, o que coincidiu com o período de rescisão do contrato entre Carlos Mocho e a IMS. A multinacional decidiu terminar o vínculo laboral com o gestor por, supostamente, ter sido colocada à margem do novo acordo. Ora, acrescenta o MP, o desconhecimento levou a que a IMS não acionasse a cláusula contratual que impediria o gestor de, durante três anos, trabalhar para uma empresa concorrente. Algo que veio a acontecer em junho de 2009, quando Carlos Mocho assumiu funções na empresa HMR, uma sociedade criada pela Farminvest para fazer estudos de mercado.
“O valor que atualmente a HMR paga à Farminvest pelos dados das farmácias são os 255 euros, tal como a IMS pagaria, porque o fluxo de informação que as farmácias dão para estudos de mercado aumentou exponencialmente, e dános para estudar várias. Com estas apresentamos novos produtos aos clientes”, declarou ao DN Carlos Mocho. Para além do processo- crime contra o gestor, o caso IMS/ Farminvest passou ainda pelos tribunais cíveis. Em 2009, a Farminvest avançou com uma ação, reclamando o pagamento de duas faturas na ordem 5,6 milhões que resultavam do acordo de dezembro de 2008, o qual previa uma compensação à Farminvest pelo diferencial das receitas de 2007 e 2008. A Farminvest perdeu na primeira instância, mas a Relação de Lisboa chegou a ordenar um arresto preventivo das contas bancárias da IMS de forma a acautelar um eventual pagamento. O caso acabou resolvido num tribunal arbitral, que deu razão à IMS”
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2 comentários:

Anónimo disse...

Não é abusivo manter online esta notícia, pelo menos sem referir que Carlos Mocho foi ilibado, por um coletivo de juízes, de todas as acusações de que foi vítima por parte da IMS Health?

Anónimo disse...

Fica o comentário. Já nem nos lembravamos da noticia que é do DN de Lisboa, não nossa. E o que fez o DN?!