"São deputados e membros dos órgãos sociais das distritais sociais--democratas que o dizem: nos últimos meses, vários maçons têm vindo a tentar controlar as distritais mais influentes do partido – Porto e Lisboa. Objetivo: ter influência na escolha dos candidatos às autárquicas de 2013. Ainfluênciade maçons nas estruturas do partido começa, desde logo, na maior distrital do PSD: a do Porto. Além do vice- presidente da distrital, Miguel Santos, membro da Lojabrasília dagrande Lojalegal de Portugal – a mesma do ex- vice- presidente da bancada do PSD Pedro Duarte –, há outros membros “irmãos”. Umdeles é Ricardo Almeida, secretário- geral distrital, que tenta agora conquistar as eleições para a concelhiado PSD/ Porto, que se realizam dentro de 20 dias. O arranque da candidatura ao PSD/ Porto começou num almoço que integrou diversos membros da maçonaria, em meados de dezembro, no restaurante Book, na Baixa do Porto. Ricardo Almeida, atual presidente da empresa municipal Animagaia, é – desde os tempos da JSD – um dos membros mais influentes do PSD/ Porto, sendo próximo de um outro maçom com influência na distrital: o secretário de Estado, Marco António Costa, que durante a investigação do DN, em novembro último, recusou- se a comentar assuntos relacionados com a maçonaria. Um dos críticos de Ricardo Almeida na distrital do Porto, Miguel Braga, diz não ter “nada contra a maçonaria, mas sim contra Ricardo Almeida”. “Háum grupo de pessoas no Porto e no partido que se serve de tudo para mover a sua esfera de influências, e, como dizia Vasco Lourenço, hoje na imprensa, há pessoas que entram na maçonaria pelos piores motivos”, disse ao DN o social- democrata. Miguel Braga defende que a distrital deve ser comandada“por quem tem um percurso profissional e não por quem nunca fez mais nada na vida a não ser política”. Também na distrital de Lisboa terá crescido a influência da maçonaria, pela mão do “irmão” Alexandre Picoto. Segundo contaram ao DN vários dirigentes do partido, a eleição do líder da distrital em novembro foi orquestrada por Picoto e outros “irmãos” do PSD/ Cascais. Hávários anos que Picoto está ligado àmaçonaria regular, tendo até trabalhado na empresa de sondagens da Universidade Moderna ( Amostra). Foi até envolvido no“caso Moderna” como testemunha e chegou a declarar, em tribunal, que tinha endossado cheques para a comprade três veículos – que alegadamente terão resultado na compra de um Ferrari – para a empresa de sondagens. Picoto assumiu em julgamento que o fez a pedido do ex- gestor da Moderna, Braga Gonçalves, e que não pediu“explicação nenhuma, talvez por tolice”. Picoto terá estado por trás da eleição de um dos membros do seu grupo dos tempos de “jota”: Miguel Pinto Luz, que ganhou a distrital com 72% dos votos. Contactado pelo DN, Miguel Pinto Luz garante que não pertence à maçonaria e considera uma“injustiça” associarem asua eleição àorganização. Porém, revela: “Conheço e faço política com Alexandre Picoto há muitos anos, mas estarem a dizer que é o responsável não é justo.” Miguel Pinto Luz considera ainda natural ter sucedido acarlos Carreiras naliderança dadistrital, pois é seu“vice” na Câmara de Cascais. Há quem vá mais longe no PSD e aponte nadireção dos órgãos nacionais. Pacheco Pereira, ex- deputado do PSD e ex- líder da distrital de Lisboado partido, disse quinta- feira na Quadratu radocírculoque-“praticamente toda a cúpula” do partido está agora na maçonaria – ao contrário do que acontecia antigamente, quando aquelaobedi ênciasuscitava repulsa generalizada. E é preciso recordar, eviden temente, que na cúpulado aparelho – emboraháuns meses sem nenhum cargo formal – se encontraum maçom, Miguel Relvas, o número dois do Governo ( e responsável máximo pela sua coordenação política, sendo, aliás, assessorado por alguns “irmãos”). O DN tentou, sem êxito, contactar Ricardo Almeida, Pedro Duarte, Miguel Santos e Alexandre Picoto" (texto publicado na edição de hoje do DN de Lisboa, com a devida vénia)
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