Acabo de ler uma nota no DN do Funchal segundo a qual a Câmara do Porto Santo nega que a sua dívida (e de empresas municipais), conforme foi noticiado naquele jornal seja superior a 20 milhões de euros, repito, incluindo as empresas municipais lá existentes. Tudo bem. Se não é esse o valor, é preciso desmentir. Mas o desmentir implica credibilidade e verdade. Não estou a dizer que não seja o caso, mas o processo do desmentido adoptado neste caso, não pode ser levado a sério. Dizer que não é de 20 milhões de euros o tal montante da dívida, mas pura e simplesmente não dizer nada, é absolutamente intolerável. E esta regra deve-se aplicar, se me permitem a todas as instituições em situações semelhantes. Se o endividamento não é o noticiado na comunicação social, então desmente-se o valor e, ou diz-se o valor correcto sob pena de, não sendo o caso, arriscarem-se a ser "apanhados" depois pelos resultados de uma qualquer auditoria que venha a ser realizada. Ou, segunda hipótese, dizem que não revelam o montante da dívida e pronto. Mas não impede que as pessoas desconfiem e que os meios de comunicação insistam as vezes que quiserem no montante noticiado. É tempo de começarmos a perceber que a comunicação política - que nada tem a ver com marketing político, com propaganda ou com mediatismo para promoção pessoal - não é uma banalidade nem um "brinquedo". A comunicação política tem regras, exige credibilidade, tem que ser eficaz mas verdadeira, enfim é preciso saber geri-la, tal, como é fundamental saber gerir situações de crise. A chamada "gestão de crise" é cada vez mais um princípio essencial e presente no quotidiano das instituições públicas e das empresas. E garanto-vos que não se compadece com teorias de que tudo se resolve a coice e pontapé. Assim sendo, afinal quanto deve a Câmara do Porto Santo? Ou pura e simplesmente entende que não divulga esse valor à comunicação social? Basta que escolha uma destas duas hipóteses e fica tudo resolvido. Ou seja, o DN local - ou qualquer outro meio de comunicação que estivesse no seu lugar - até prova em contrário, pode insistir as vezes que entender no montante revelado. Uma nota final: a mim não me interessa nada saber a informação. Mas presumo que aos cidadãos do Porto Santo esse esclarecimento seja essencial neste momento e depois desta troca de textos...
Sem comentários:
Enviar um comentário