terça-feira, setembro 20, 2011

Parpública, Refer e CP pagam mais de 700 milhões só em juros. Culpados? A Madeira, obviamente...

Segundo o jornalista do Económico, Nuno Miguel Silva, “a Refer teve de pagar 280 milhões de euros de juros. Os juros das dívidas das dez empresas públicas não financeiras com maiores passivos custaram, só no ano passado, cerca de 804 milhões de euros. Mais uma vez, a Refer surge destacada. A gestora da rede ferroviária nacional teve de pagar, durante o último exercício, cerca de 280 milhões de euros só em juros. Logo a seguir aparece a ‘holding' estatal Parpública, que destinou 270 milhões de euros, em 2010, para os juros cobrados pelo endividamento. Em terceiro lugar neste ‘ranking' do Sector Empresarial do Estado (SEE) está a CP. A transportadora ferroviária nacional teve de pagar quase 151 milhões de euros. O Metropolitano de Lisboa foi obrigado a destinar verbas equivalentes a quase 89 milhões de euros. E ainda no sector dos transportes, também a Metro do Porto teve de reservar cerca de 77 milhões de euros para pagamento de juros de dívida ao longo de 2010. O Grupo Águas de Portugal pagou no ano passado mais de 71 milhões de euros de juros de dívida. A seguir à empresa presidida por Pedro Serra, os juros de dívida deste ‘top 10' das empresas públicas não financeiras com maiores passivos apresentam valores mais diminutos. A Estradas de Portugal teve de gastar, no ano passado, mais de 53 milhões de euros em juros de dívida, enquanto a Carris fechou o ano com um serviço de dívida de cerca de 26 milhões de euros e a ANA - Aeroportos de Portugal teve de pagar cerca de 15,7 milhões de euros. A fechar a lista deste ‘ranking' está a EDIA - Empresa de Desenvolvimento das Infra-estruturas do Alqueva, que no ano passado teve de pagar 7,4 milhões de euros de juros de dívida. O pagamento de juros associados ao endividamento das empresas teve diversos nos respectivos desempenhos operacionais. No caso da Refer, registou-se em 2010 um défice de exploração de mais de 104 milhões de euros. A EDIA, que teve dos encargos com juros mais baixos do SEE, demonstrou o segundo maior défice de exploração, com 73,6 milhões de euros negativos. As restantes empresas deste ‘ranking' tiveram ‘superávit' de exploração, com destaque para a Estradas de Portugal com 255 milhões de euros.

Casos em destaque

Metro do Mondego - Único lucro nos transportes

Os prejuízos das empresas públicas de transportes passaram de 429,4 para 973,4 milhões de euros, em 2010, um agravamento de 126,7% face a 2009. "À excepção do Metro do Mondego, SA, com um lucro apurado de 512 milhões de euros, todas as empresas registaram resultados líquidos negativos", refere o relatório da Direcção-Geral do Tesouro e das Finanças. A Metro do Mondego é a única empresa do sector que ainda não presta serviços de transportes. Cerca de 90% do prejuízo do sector ficou concentrado na CP e metros de Lisboa e do Porto

Parpública - Lucro cai 80,6%

O Grupo Parpública registou uma perda de 80,6% dos resultados em 2010, para 98,2 milhões de euros. "A actividade de gestão de participações foi a principal responsável por essa quebra", justifica o relatório. O Governo pretende extinguir ou consolidar a empresa liderada por Joaquim Reis, no âmbito do memorando assinado com a ‘troika'.

Parque Expo - Resultado operacional cresce

Apesar da decisão de extinção, anunciada pela ministra Assunção Cristas há poucas semanas, o relatório da DGTF destaca o comportamento positivo da Parque Expo. "Os resultados do sector [requalificação urbana e ambiental] apresentaram uma melhoria significativa, devido, sobretudo, ao Grupo Parque Expo 98, que registou em 2010, um aumento do resultado operacional antes de subsídios de 6,9 milhões de euros, face ao ano anterior", sublinha o referido documento

Parque Escolar - Investimento de 870 milhões

A empresa Parque Escolar encerrou o ano passado com uma dívida avaliada em 666 milhões de euros. Foi, no entanto, uma das empresas públicas não financeiras com o maior volume de investimento no ano passado, na casa dos 870 milhões de euros, aplicado na modernização das escolas. É também outra das empresas que o actual Governo está a estudar, para determinar se vai ser extinta ou reformulada. No ano passado, os juros de dívida que teve de pagar foram dos mais reduzidos do Sector Empresarial do Estado: 4,4 milhões de euros".

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